No ultimo dia 12 de setembro, tivemos a honra de participar das festividades do aniversário de 90 anos do Sicetel, uma das entidades mais ativas no mercado relacionado ao aço no Brasil, que abriga entre seus associados trefiladores e laminadores de metais. A efeméride será objeto de uma matéria em nossa edição de setembro da revista Siderurgia Brasil. O jantar servido no Salão Nobre da FIESP, na Av. Paulista, em pleno coração de São Paulo, serviu não apenas para a comemoração em si, mas para um encontro entre os principais players do setor que trocaram opiniões sobre o momento que vivemos no Brasil. Nas conversas particulares que mantivemos com vários empresários, pudemos sentir que apesar da esperança nunca deixar de existir, a desconfiança de que não será tão cedo que vamos ver um Brasil grande, com a indústria tomando o seu lugar como protagonista no desenvolvimento força industrial, estava presente em quase todas as mesas.
O presidente do Sicetel-Abimetal, Ricardo Martins foi muito feliz em sua emocionante fala, quando abordou a situação do empresário industrial do Brasil que não sente a proteção do estado na defesa dos interesses não do seus interesses, mas da nação, de seu povo e seus empregos. O ambiente econômico e político são os piores possíveis e não há atitudes que mostrem o interesse com atitudes mais duras a favor de nosso país.
Pelo contrário, discutiu-se por meses a fio a construção de um novo arcabouço fiscal que veio substituir o teto de gastos ou obter uma nova autorização para gastar cada vez mais com o Estado. Todos os dias vemos a falta de interesse do governo em equilibrar as contas públicas. “Deve-se considerar que o governo brasileiro é esbanjador, gasta muito mais do que pode e gasta mal”.
E continuou dizendo: “Some-se a tudo isso o sequestro dos recursos do Executivo pelo Legislativo. Deputados e Senadores que não foram eleitos para gerir o dinheiro da nação se apropriaram de R$ 5 bilhões para o Fundo Eleitoral e R$ 49 bilhões para emendas que não necessitavam nem de comprovação”.
Citou ainda as distorções do Judiciário que se preocupa em legislar, quando não é este seu papel, causando enorme insegurança jurídica aos possíveis e cada vez menos investidores estrangeiros.
Por fim disse que a NIB-Nova Indústria Brasil que foi criada com o objetivo de promover a reindustrialização no Brasil, quando sair do papel, não terá forças para combater as distorções com os grandes volumes de importação de produtos importados principalmente da China. O Brasil ao contrário de outros países como os EUA, Europa e o Reino Unido, onde a indústria sempre foi colocada como protagonista do desenvolvimento e da geração de riquezas, é muito lento na adoção de medidas de preservação da indústria local.
Não é possível em um país como o nosso não conseguirmos aumentar o consumo de aço que não passa de 110 kg/ano por habitante (número do ano de 2023) quando vemos o mundo como um todo consumir 219,3Kg ano e na China este número alcançar 628,3 Kg/ano.
Pelo terceiro ano consecutivo a economia brasileira não vai crescer mais do que 3%, e para o próximo ano a previsão é de 2,4%. segundo o Boletim Focus do Banco Central
São números irrisórios para um país que precisa crescer em todos os seus parâmetros.
Henrique Patria
Editor Chefe
Portal e Revista Siderurgia Brasil