O presidente Marcio de Lima Leite da Anfavea, disse que caso os números de setembro se repetirem nos 3 meses que faltam para completar o ano de 2024, fecharemos o ano com cerca de produção e vendas em torno de 2.600 (dois milhões e seiscentas mil unidades).
Mas o que assustou mesmo foi a chegada dos carros importados, principalmente oriundos da China. No acumulado do ano considerando de janeiro a setembro tivemos um crescimento 36% enquanto nossas exportações despencaram no mesmo período em 12%. Ainda segundo presidente há um estoque de carros importados que correspondem a 8 meses de emplacamento, considerando a média de emplacamentos de importados nestes ano.
Além disso o alto volume de veículos estacionados nos portos e em processo de desembarque, começa a causar impactos logísticos e econômicos afetando diversos setores da economia. Por exemplo os fabricantes nacionais estão tendo que realizar importações de autopeças por transporte aéreo, encarecendo seus custos de produção. Além disso há o temor que a colocação destes veículos no mercado interno, certamente trará impactos a competitividade e baixarão o nível de empregos na indústria.
O presidente disse ainda que é o momento de muita reflexão, pois as empresas anunciaram pesados investimentos no desenvolvimento de novos modelos com utilização de energias alternativas. A situação atual remete para um risco de inviabilizar a continuidade deste desenvolvimento e consequentemente destes investimentos. Perguntado sobre o risco de suspensão dos investimentos anunciados, Leite disse que estas são decisões de cada montadora, mas por certo, como todas elas possuem fabricas em diversos países, sua direção central poderá direcionar o fluxo de seus investimentos para outros destinos, à medida que os fatos acontecerem.
Disse ainda que a diretoria da Anfavea, tem uma reunião agendada com o Presidente da República e vários de seus ministros para cuidar da transição energética, mas certamente este assunto de regular a entrada desenfreada de veículos importados fará parte da pauta.
- NOTA DO EDITOR: Em recente participação na reunião da Coalização Indústria – (veja a nota em nosso portal: Ação contra Importações predatórias de 26/09/24) o Brasil é um dos únicos países do mundo que não possui uma legislação e salvaguardas adequadas de proteção da indústria aqui instalada. Nossas taxas de importação são as menores do planeta, pois EUA, Reino Unido e União Europeia, com seus 27 países criaram mecanismos de regular esta entrada.
Falando dos excelentes números de setembro:
A média diária de emplacamentos, cresceu do mês passado para este em 13,8% com 11,3 mil veículos diários. O emplacamento de setembro de 2024 cresceu 19,5% em relação a setembro de 2023 e se considerarmos o acumulado jan/set já tivemos um crescimento de 14,1%. Os caminhões apresentaram uma melhor performance ainda com crescimento de 30,6% de setembro deste ano em relação ao ano passado e no acumulado já há um crescimento de 15,5%.
São destaques do mês: As vendas que no acumulado de jan/set fecharam com 1.859 (Um milhão oitocentos e cinquenta e nove mil unidades) o que é 14,1% a mais do que o ano anterior. A produção cresceu 7% neste período e foi de 1.874 (um milhão oitocentos e setenta e quatro mil, unidades). As exportações também foram bem com 41,6 mil unidades embarcadas que representam 9% a mais do que agosto (38,2%) e 51,7% a mais do que setembro de 2023. No entanto no acumulado de jan/set ainda há uma queda de 12% em relação a 2023.
Mas as importações acumuladas de janeiro a setembro estão fazendo a diferença pois chegaram a 35.9% a mais do que no ano passado com 322 mil unidades já desembarcadas em solo brasileiro.
Fonte: Anfavea.