O indicador da Confederação Nacional da Indústria (CNI), representando o cálculo do volume produzido na indústria de transformação dividido pelas horas trabalhadas na produção, aponta que a produtividade do trabalho da indústria de transformação brasileira cresceu 0,8% no terceiro trimestre de 2024, comparado ao segundo trimestre do ano. O indicador voltou a crescer após três trimestres consecutivos de queda. O resultado é reflexo do crescimento de 1,7% da produção, acima do observado para as horas trabalhadas (1%).
Segundo o estudo, nos três trimestres anteriores, a produtividade caiu devido ao crescimento mais acelerado das horas trabalhadas em relação à produção. Com o mercado de trabalho aquecido, recém-contratados precisam de treinamento e adaptação. Os investimentos em modernização produtiva, que vêm sendo implementados pela indústria no âmbito da Nova Indústria Brasil (NIB), também têm contribuído para uma maior eficiência.
A recuperação apresentada pelo indicador no terceiro trimestre compensa parte da queda acumulada nos dois primeiros trimestres do ano (-1,6%, frente ao quarto trimestre de 2023). Para que a produtividade do trabalho consiga fechar 2024 com um saldo positivo, o crescimento do último trimestre do ano terá de superar 3%, o que, segundo a gerente de Política Industrial da CNI, Samantha Cunha, é pouco provável.
Outro dado apresentado na edição do Produtividade do Trabalho da Indústria de Transformação foi um comparativo do Brasil com 10 de seus principais parceiros comerciais. A produtividade do trabalho efetiva do Brasil cresceu 0,4% entre 2022 e 2023. Este é o primeiro resultado positivo do indicador desde 2019. Segundo o estudo da CNI, a manufatura brasileira ainda é a que está mais distante do nível de produtividade registrado pré-pandemia, entre os países selecionados.
Fonte: CNI