O que podemos projetar para 2025? No fechamento deste Anuário, que chega repleto de informações, há algumas dicas e pistas de como encarar esse desafio. Começo com uma definição aspiracional simples: “O futuro é um espelho que reflete nossas aspirações e nossos sonhos”. E a pergunta que faço a partir dela é: será que temos capacidade de moldar e trabalhar para que tais sonhos possam se realizar?
Há muitos componentes que não temos como gerenciar e nem influir para que joguem a nosso favor. Mesmo com o nosso trabalho e empenho, as respostas só virão no final do ano, com as análises dos resultados e balanços do que efetivamente aconteceu.
Mas, é fato também, os cenários que nos são apresentados são muito desafiadores e contém muitas oportunidades. Houve, sim, um crescimento no consumo aparente de aço em 2024, fato este desejado por todos os protagonistas que estiveram à frente do Instituto Aço Brasil nos últimos anos. Porém, esse novo comportamento no consumo do brasileiro foi quase que totalmente representado pela chegada do aço importado.
Depois de muitas analises, discussões, e reuniões sem fim com representantes governamentais, dirigentes de entidades representativas, CEOs e dirigentes das empresas, o Brasil, como nação, resolveu adotar uma postura de defesa da indústria siderúrgica, fato que, no meio do ano passado, veio sob a forma da criação do mecanismo de “cota-tarifa”, uma tentativa de controlar e disciplinar a entrada do produto no país. Com ele, foram definidos alguns produtos, a partir de uma base de parâmetros pré-estabelecidos, que passariam a ter seu imposto de importação aumentado após atingirem um limite proposto, o que faria, pelo menos na teoria, que sobrasse mais espaço no mercado para os produtos nacionais.
Contudo, todo esse trabalho passou a ser questionado – ou até mesmo deixado de lado – no momento em que o novo governo dos Estados Unidos declarou guerra comercial contra a China, que hoje, como se sabe, responde pela produção de mais de 50% do aço no mundo. E, por tabela, também acabamos entrando nessa, com a recente imposição de taxas para a entrada de nossos aços naquele país. Sim, tínhamos vários acordos comerciais com os EUA, que são o principal destino das nossas exportações da liga. A questão é: será que tais acordos continuarão a ter validade, ou serão rasgados?
O principal subproduto desse imbróglio é que a China, que no ano passado, mesmo com as cotas em vigor, já foi responsável por mais de 80% da importação de produtos siderúrgicos que entraram no Brasil, provavelmente irá forçar mais ainda essa situação, a partir de um componente extra, de natureza política: a China é o maior comprador de várias de nossas commodities, entre elas minérios e produtos do agronegócio brasileiro. Além desses, há outros inputs que devem ser considerados no âmbito da construção do nosso futuro. Um deles atende pelo simples nome de “Inteligência Artificial”.
E o que é essa ferramenta sintetizada pela singela sigla de “IA”? E como ela vai influenciar na formatação de um arcabouço que abrange múltiplos aspectos, tais como tecnologia, controles de custos, definições expandidas e uma diversidade enorme de abrangência, que compreende desde ferramentais, layouts de plantas industriais, ordenação de tarefas e muito mais, visando sempre à redução de custos, ao aumento de produtividade, e a diminuições dos riscos operacionais. Se alguém ainda ignora o uso da Inteligência Artificial em seu negócio, pode estar certo, que já se encontra ao menos um passo atrás no jogo pela competitividade.
Sendo assim, confira nesta edição do Anuário Brasileiro da Siderurgia 2025 como abordamos o assunto, por meio de opiniões e depoimentos de especialistas categorizados em IA, e saiba ainda o que já existe de real e concreto em operação em algumas das companhias brasileiras que integram a cadeia siderúrgica.
E o mercado de não ferrosos, como se comportou em 2024, e quais são as perspectivas para ele neste ano que apenas começou? Pode até parecer estranho, mas, nesse caso, até o crescimento da China abaixo do esperado também trouxe preocupações ao setor, ocasionando especulações que acabaram por gerar pânico em alguns mercados financeiros internacionais. Confira esses resultados.
Ainda falando em preocupações, assim como a siderurgia várias entidades empresariais que estão orbitando em torno do setor estão incertas em como construir seu futuro. Muitas se juntaram em uma organização chamada “Coalizão Industria”, que vem apresentando bons frutos, e participando ativamente de algumas decisões empresariais e até governamentais. Veja quem são elas em nosso Anuário.
E confira também quais foram as usinas que participaram da produção das 33,7 milhões de toneladas de aço em 2024.
Um dos pilares desta publicação é o Guia de Compras. Ele se tornou tradicional, e apresenta um leque de opções entre fornecedores de produtos e de serviços para toda a cadeia siderúrgica. Há vários anos, a consulta a esses registros tem sido muito forte ao longo de todo o ano e, portanto, uma ferramenta importante na divulgação de quem vem operando no setor.
Mais uma vez, reiteremos nossos agradecimentos a todos os nossos parceiros comerciais e aos nossos queridos leitores, que fazem deste nosso Anuário um sucesso empresarial há 26 anos. Esperamos que ele, mais uma vez, represente uma ampla e segura fonte de consulta para ajudá-los na tomada de decisões certeiras, a fim de formatar o futuro de suas organizações.
Finalmente, continuamos abertos às suas sugestões, comentários, críticas e elogios para também continuarmos firmes nesse trabalho de construir pontes de integração, que podem ser encaminhados por todos vocês por meio de nossos canais de comunicação.
Então, boa leitura e, como sempre faço questão de dizer, sigamos juntos e sempre em frente!
Henrique Isliker Patria – Editor-chefe
henrique@grips.com.br