Em meio a muitas desconfianças em relação ao futuro, entidade comemora o crescimento nas exportações no trimestre na ordem de 40,6%, o melhor período desde 2018. A cereja do bolo foram as exportações para Argentina que registraram no trimestre crescimento na ordem de 120% sobre o mesmo período do ano passado.
Mas as grandes preocupações ficaram por conta do atraso por parte do governo na divulgação dos decretos que venham regulamentar o programa MOVER, do esgotamento para P&D e da não recomposição imediata do Imposto de Importação de 35% para eletrificados, fatores que começam a impactar negativamente os investimentos dos fabricantes de veículos.
Ressalte-se que o Brasil é país com a mais baixa tarifa do mundo na importação de eletrificados.

Outra ameaça relatada pelo presidente, é um pedido de empresas chinesas ao governo federal para redução de impostos para produção local em CKD e SKD, o que seria altamente danoso aos fabricantes plenos nacionais, aos empregos e aos investimentos de toda a cadeia automotiva brasileira. Mais do que isso, segundo o presidente, seria um golpe na indústria automotiva brasileira.
“Esses impasses podem comprometer parte dos investimentos anunciados, sobretudo num momento de grande tensão global, com as tarifas impostas pelo governo norte-americano impactando negativamente toda a geopolítica econômica global, inclusive o setor automotivo nacional e sua longa cadeia de suprimentos”, afirmou Márcio de Lima Leite.
Mesmo com os bons resultados do trimestre em março houve uma queda na produção de 12,6% principalmente por um menor número de dias úteis, já que o carnaval neste ano caiu em março e por um ajuste nos estoques das montadoras. Mas considerando o trimestre 583 mil unidades deixaram as linhas de montagem, 8,3% a mais que no mesmo período do ano passado, melhor resultado desde 2021.
No entanto houve novo crescimento nas vendas, com média diária de 10,3 mil unidades, 11,3% a mais que no mês anterior. No ano, a média diária de emplacamentos é 7,5% superior à do primeiro trimestre de 2024.
Boa parte dessa alta, contudo, se deu em função de modelos importados.
Estes representaram 61% do aumento das vendas no primeiro trimestre. Das 37,2 unidades vendidas a mais em relação aos primeiros três meses de 2024, 22,6 mil vieram de fora do país, sobretudo da Argentina e da China.
Fonte: Anfavea