Henrique Pátria
Nos últimos dias a siderurgia brasileira foi assaltada por uma avalanche de notícias envolvendo os processos de exportações, taxações americanas ao aço brasileiro, nova ordem econômica mundial e outros acontecimentos que certamente irão afetar o mercado interno brasileiro da siderurgia.
É certo, que no primeiro momento, uma vez passada a onda inicial de surpresa que as medidas do presidente americano causaram, as autoridades irão buscar negociações que possam mudar a ordem das coisas.
Também é certo que deverão ser mantidos aproximadamente os níveis de exportação de placas para os Estados Unidos parecidos com o ano passado, uma vez que a indústria siderúrgica americana, neste momento, não tem muita escolha porque possuem uma grande dependência de placas do exterior para serem laminadas e transformadas em produtos semi-acabados. Repito, neste momento os EUA, não tem estrutura para fabricação de placas, ou grande parte delas.
O problema brasileiro estará mais na recolocação dos semi-acabados que no ano passado chegaram perto das 700 mil toneladas exportadas para os EUA. Em nossa opinião é imperativo que rapidamente os setores competentes das usinas busquem alternativas e sejam abertos novos mercados em todos os recantos do mundo ou trabalhem no aumento do consumo interno.
Como exemplo a América Latina vem dando sinais de recuperação em algumas áreas onde o aço é fundamental. No último relatório da Anfavea que é a entidade que cuida dos interesses da indústria automotiva, e o segundo maior consumidor de aço, ficando logo atras da construção civil, no primeiro bimestre de 2025 apresentou dados com o incremento nas exportações para a América latina com crescimento de 54,9% em volume e 31,9% em valor sobre o bimestre do ano passado, sendo que os principais destinos foram a Argentina, Mexico, Uruguai, Chile e Colômbia.
O mercado interno também mostrou evolução pois no ultimo balanço anual que divulgamos no Anuário da Siderurgia mostrou-se que o Consumo Aparente que é um dos maiores desafios da indústria nacional, cresceu perto de 8,5%, em 2024, um fato que não acontecia há muitos anos, a despeito de todos os esforços feitos nestes sentido.
Novos capítulos e desdobramentos estão por vir. Vamos acompanhar tudo de perto.
Henrique Patria é Publisher do Portal e Revista Siderurgia Brasil
www.siderurgiabrasil.com.br