A Associação Latino-Americana de Aço, Alacero, emitiu uma nota oficial no último dia 5 de junho pela qual expressa a sua preocupação com a nova taxação imposta pelo governo norte americano sobre as importações de aço relativas a Seção 232. Segundo a nota tal medida vai agravar ainda mais o cenário internacional do aço que já passa por sérias dificuldades, pois enfraquecerá as cadeias regionais e comprometerá o futuro do setor.
Segundo a nota, países como o México e o Brasil abastecem setores críticos da demanda interna dos Estados Unidos, que não deverão ser supridos no curto prazo.
Recomenda ainda a disposição ao diálogo entre governo, empresas e organizações que possam caminhar na direção de um entendimento.
Esta é a nota da Alacero:

Posicionamento da Alacero sobre o aumento de tarifas ao aço por parte dos Estados Unidos
5 de junho de 2025Desde a Alacero, Associação Latino-Americana do Aço, expressamos nossa preocupação diante do anúncio do governo dos Estados Unidos de aumentar para 50% as tarifas sobre as importações de aço sob a Seção 232 — decisão que agrava ainda mais o cenário do comércio internacional do aço.
A América Latina não representa uma ameaça ao mercado estadunidense. Pelo contrário, a região sempre foi um motor de desenvolvimento nas Américas e uma defensora do comércio justo.
Medidas como a anunciada pelos Estados Unidos, longe de resolver os desafios globais decorrentes do excesso de capacidade siderúrgica — atribuível principalmente à China e a outras economias do Sudeste Asiático —, enfraquecem as cadeias de valor regionais que foram construídas ao longo de décadas entre a América Latina e os Estados Unidos.
Alguns países da região recebem dos Estados Unidos mais aço do que exportam, o que torna essa medida ainda mais injustificável. Inclusive, países como México e Brasil abastecem segmentos críticos da demanda industrial estadunidense, que não poderão ser supridos localmente no curto prazo.
Desde a Alacero, reiteramos nosso apelo para consolidar uma cadeia regional de abastecimento entre a América Latina e os Estados Unidos, que fortaleça a competitividade de ambas as regiões frente a práticas comerciais desleais, como subsídios distorcivos e a superprodução asiática, que afetam a estabilidade e o desenvolvimento da indústria regional. Assim como em 2018, acreditamos que temos a capacidade de demonstrar ao governo dos Estados Unidos que a melhor estratégia é reduzir as tarifas para os países da América Latina.
Reafirmamos nossa disposição ao diálogo com governos, empresas e organizações para promover soluções construtivas que priorizem o desenvolvimento regional e o fortalecimento de indústrias estratégicas, como a do aço, que gera 1,4 milhão de empregos diretos e indiretos na América Latina e é produzida com uma das menores pegadas de carbono do mundo.