Taxação do Aço Brasileiro nos EUA
O Brasil foi surpreendido pela medida anunciada pelo governo americano sobre o aço brasileiro.
Henrique Patria
O presidente Donald Trump dos Estados Unidos demonstrou mais uma vez o seu firme propósito de blindar e defender a economia americana, e em uma decisão unilateral anunciou nesta segunda feira o imediato restabelecimento das tarifas sobre o aço e o alumínio do Brasil e da Argentina alegando políticas cambiais injustas, por parte de ambos os países. Segundo seu pronunciamento Brasil e Argentina desvalorizaram fortemente suas moedas o que não é bom para nossos agricultores.
O Brasil e Argentina desde o inicio do ano de 2018, conseguiram estabelecer um sistema de cotas para o aço e para o alumínio, que mesmo não sendo a melhor solução, vinha sendo cumprida dentro dos parâmetros estabelecidos.
No começo de 2018, Trump decidiu aplicar tarifas globais de 25% para o aço, e 10%, para o alumínio. Em março, concordou em suspendê-las para Argentina e Brasil, com um acordo sobre cotas. Essas concessões serão revertidas a partir de agora.
A exportação aos americanos representa 65% dos embarques totais de semimanufaturados de aço do Brasil. Se formos considerar a exportação total brasileira, os semimanufaturados de aço respondem por uma fatia de 9,3%.
Continuou Trump: “Dei uma grande pausa em relação às tarifas. Agora estou tirando essa pausa. É muito injusto para nossos fabricantes e muito injusto para nossos agricultores. Nossas empresas siderúrgicas ficarão muito felizes, e nossos agricultores ficarão muito felizes”, declarou Trump a jornalistas na Casa Branca.
Há quem veja uma decisão de política interna nesta medida.
“Portanto, com vigência imediata, restabelecerei as tarifas de todo aço e alumínio enviados aos Estados Unidos por esses países”, completou. Os EUA são os maiores importadores do planeta. O presidente norte-americano também pediu ao Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) para “agir da mesma forma” para que outras nações não aproveitem mais o dólar forte “desvalorizando ainda mais suas moedas”.
O Instituto Aço Brasil IABr – instituição que defende a posição dos produtores de aço – divulgou nota pela qual manifesta inteira perplexidade com a decisão anunciada de restaurar as tarifas de importação de aço e alumínio provenientes do Brasil e da Argentina, sob o argumento de que estes países tem liderado uma desvalorização maciça de suas moedas.
Ainda na nota o IABr relata que o câmbio no Brasil é inteiramente livre não havendo por parte do governo brasileiro qualquer tipo de iniciativa que venha artificialmente desvalorizar o Real. Diz ainda a nota que esta é uma forma de retaliar o Brasil, que não condiz com a relação de parceria dos dois países. Por último informa que tal decisão vai prejudicar diretamente as empresas norte americanas que necessitam de semiacabados exportados pelo Brasil para operar suas usinas.
Do lado brasileiro, o Ministério das Relações Exteriores informou que o governo brasileiro estava em contato com interlocutores em Washington para tratar do assunto. O titular da pasta, Ernesto Araújo, afirmou que a medida “não preocupa”. Mas admitiu que o governo quer entender os detalhes, visto que a única informação é a do tuíte de Trump. “Nossos colegas em Washington estão conversando. Com muita calma vamos chegar a um entendimento sobre isso”, comentou o chanceler.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) viu com preocupação o fato de Trump acusar o governo brasileiro de manter a desvalorização do real de forma artificial e, assim, justificar barreiras ilegais às exportações brasileiras de aço e alumínio. “O real, no valor que está, pode trazer benefícios para alguns setores exportadores, mas prejudica quem importa insumos”, disse o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi.
Fontes: IABr, Infomet, Correio Brasiliense.
Esta foi a nota emitida pelo IABr.
Posicionamento Aço Brasil – tarifa de importação de aço
(Assessoria de Imprensa Aço Brasil – 02/12/2019)
O Instituto Aço Brasil recebe com perplexidade a decisão anunciada hoje (02) pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de restaurar as tarifas de importação de aço e alumínio provenientes do Brasil e da Argentina, sob o argumento de que estes países têm liderado uma desvalorização maciça de suas moedas, e que isso não é bom para os agricultores dos EUA.
O Instituto Aço Brasil reforça que o câmbio no País é livre, não havendo por parte do governo qualquer iniciativa no sentido de desvalorizar artificialmente o Real e a decisão de taxar o aço brasileiro como forma de “compensar” o agricultor americano é uma retaliação ao Brasil, que não condiz com as relações de parceria entre os dois países. Por último, tal decisão acaba por prejudicar a própria indústria produtora de aço americana, que necessita dos semiacabados exportados pelo Brasil para poder operar as suas usinas.
Assessoria de imprensa Instituto Aço Brasildii