Números apurados e divulgados pelo Inda, mostram que a queda nas vendas foi menor do que a esperada. É um bom sinal!
Segundo dados divulgados nesta semana pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço – Inda e que refletem o mercado de aços planos no Brasil as vendas do setor apresentaram crescimento de 26,4% em relação a abril, representando um total de 209,8 mil toneladas. Sobre o mesmo mês do ano passado, porém, foi mantida a curva de declínio e apurou-se queda de 22%. Isto está claramente explicado em função dos impactos do coronavírus e das medidas de quarentena e do distanciamento social adotados.
Com isso Carlos Loureiro presidente do Inda em entrevista que nos concedeu para falar dos números, disse que diante do crescimento do setor, aliado ao que ele tem ouvido de alguns empresários espera que junho deste ano seja muito parecido com o resultado de junho do ano passado, que segundo ele não foi um mês tão bom. Só para lembrar no ano passado as vendas giraram em torno de 250 mil toneladas. Isso será um crescimento de mais de 20%.
Segundo Loureiro “Provavelmente o fundo do poço foi em abril e o cenário com que nos defrontamos agora é muito positivo”. Quanto às projeções Loureiro concorda que o Brasil é um país de incertezas. Quando se espera uma situação acontece outra. Ele me relatou que representantes da CSN que têm em suas linhas uma fabrica de cimento disseram que todo o cimento produzido está sendo colocado no mercado e consumido. Ou seja, a indústria da construção civil já retomou seu ritmo e esta perto da normalidade. Dá para se deduzir que o mesmo ocorrerá com a indústria do aço que fornece para a construção civil também retornando à sua normalidade.
Voltando aos números nas compras houve alta de 10,8% perante abril, com volume total de 198,5 mil toneladas sobre as 179,1 mil do mês anterior. Já no comparativo com maio do ano passado (246 mil toneladas), houve queda de 19,3%.
Com isso o estoque de maio apresentou queda de 1,3% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 848,8 mil toneladas. O giro passou a ser de 4 meses que é um número muito elevado.
Mesmo com as observações em outra parte de nosso portal (na matéria relativa a ajustes de preços) as importações encerraram o quinto mês deste ano com alta de 32% em relação a abril, com volume total de 74,8 mil toneladas. Mas houve queda de 41% se compararmos com igual época de 2019, quando foram registradas entradas de 126,8 mil toneladas.
Por fim falou sobre as projeções para este ano de 2020. A expectativa inicial do ano era de encerrar o exercício com crescimento de 5% tanto em vendas quanto em compras sobre 2019. Com o desempenho impactado pela pandemia, no mês passado, já se falou em uma queda de 25% das vendas, considerando uma possível recuperação do mercado no segundo semestre.
Agora, a estimativa é de retração entre 10% e 15%.
“Não dá para pensar numa recuperação total do setor. Vamos tentar apenas em diminuir os impactos negativos. Crescimento só no ano que vem, pois 2020, definitivamente, será um ano negativo”, concluiu Loureiro.