Segundo dados divulgados agora pela manhã (19/01) pelo INDA – Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço as vendas de aços planos cresceram 13.8% em relação ao ano de 2020.

Mesmo apresentando no mês de dezembro uma queda de 15,2% quando comparada ao mês de novembro o desempenho anual do setor foi excepcional em momento em que tivemos vários meses com interrupção de demanda em quase 100%.

A queda de dezembro é explicada por um fenômeno sazonal. Tradicionalmente o setor se recente neste mês de uma queda acentuada, em função das festas de fim de ano, férias coletivas e outras interrupções comuns na época.

Mas os números mostraram que as vendas de aços planos em dezembro sofreram queda de 15,2% quando comparada a novembro, atingindo o montante de 288 mil toneladas contra 339,4 mil daquele mês.  Já se considerarmos o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 253,2 mil toneladas, a alta foi de 13,8%.

Nas compras, outra surpresa. Conforme nossos informativos anteriores, a rede de distribuição vinha sofrendo com a não reposição de seus níveis de estoques. O problema ainda perdura, mas já com uma situação bem menos grave do que a observada nos meses antecedentes. As compras do mês de dezembro registraram alta de 14,3% perante a novembro, com volume total de 333,2 mil toneladas contra 291,5 mil. Frente a dezembro do ano passado (291,3 mil ton.), apresentou alta de 14,4%.

E com isso os estoques reagiram e já apresentaram em números absolutos uma alta de 7,2% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 675,7 mil toneladas contra 630,4 mil. O giro de estoque fechou em alta com 2,3 meses, caminhando para a normalidade.

Analisando a situação o presidente do INDA, Carlos Loureiro, disse que pelas informações que ele tem até aqui relativas ao mês de janeiro a rede já está retomando sua curva de crescimento e deve subir as vendas neste mês em torno de 10% em relação a dezembro. O mesmo crescimento de 10% ele acredita que possa acontecer no ano todo de 2021 em relação ao que apuramos em 2020.

Perguntado sobre a escalada dos preços que já em janeiro apresentou uma nova alta, segundo ele há muitas variantes. O preço do aço no mercado mundial está em grande evolução e principalmente os EUA vem puxando os preços das placas. Como haverá uma mudança no comando daquele país, com a troca do presidente que ocorrerá ainda nesta semana, não se sabe se ele manterá o esquema das cotas que foram impostas pelo governo que agora sai ao aço brasileiro ou se haverá alguma nova negociação. Há pressões internas dos empresários dos EUA para manutenção da política. O outro ponto é a questão da desvalorização do real perante o dólar. Esta também é uma variante que altera os preços internos. Há ainda a questão a demanda aquecida. Ela continuará em 2021?  A atuação do governo na questão da condução da reforma fiscal, segundo ele também pode alterar o cenário. Enfim nem com uma bola de cristal dá para prever o acontecerá.

O fato é que o tempo dirá quais serão as novas mexidas neste tabuleiro do aço brasileiro.