A indústria do aço ingressa em 2021 com perspectivas positivas. Mas será preciso muito esforço para materializá-las.
Na verdade, não tinha como ser diferente. A produção siderúrgica nacional totalizou 31 milhões de toneladas em 2020, registrando queda de 4,9% no comparativo com o volume produzido no ano anterior. O balanço foi divulgado no dia 18 de janeiro pelo Instituto Aço Brasil, e creditado pela entidade à parada dos equipamentos das usinas ocorrida no momento mais agudo da grave crise de demanda, por conta da pandemia do novo coronavírus enfrentada pela indústria em abril do ano passado.
Segundo o levantamento da entidade, a produção de laminados no mesmo período foi de 21,7 milhões de toneladas, queda de 3,7% em relação ao registrado no acumulado de 2019. A produção de semiacabados para vendas totalizou 7,8 milhões de toneladas de janeiro a dezembro de 2020, apresentando retração de 11,6% na mesma base de comparação. Enquanto isso, as vendas internas atingiram 19,2 milhões de toneladas, mostrando expansão de 2,4% em relação ao ano anterior, o que, para Marco Polo Lopes, presidente executivo da entidade, confirma o viés de recuperação do mercado interno a partir do 2º semestre de 2020.
Já as exportações somaram 10,7 milhões de toneladas, ou US$ 5,4 bilhões em valor, ficando 16,1% e 26,6% abaixo do resultado de 2019, respectivamente. Do mesmo modo, as importações alcançaram 2 milhões de toneladas no acumulado até dezembro de 2020, retração de 14,3% frente ao mesmo período do ano anterior. Em valor, as importações atingiram US$ 2,1 bilhões, com diminuição de 13% no período. Enquanto isso, as importações alcançaram 2,0 milhões de toneladas no acumulado até dezembro de 2020, uma retração de 14,3% frente ao mesmo período do ano anterior. Em valor, as importações atingiram US$ 2,1 bilhões e recuaram 13% no mesmo período de comparação.
Com a tabulação desses números do Aço Brasil, o consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos atingiu 21,2 milhões de toneladas no acumulado de janeiro até dezembro do ano passado. E esse resultado representa alta de 1,2% frente ao registrado no mesmo período de 2019.
O Instituto também acaba de divulgar o Índice de Confiança da Indústria do Aço (ICIA) referente ao mês de janeiro/21. “Nesse mês, o indicador ficou estável na comparação com o mês anterior, em 78,9 pontos. A estabilidade frente ao mês de dezembro, após duas quedas consecutivas, ainda mantém o ICIA em patamares historicamente elevados”, destaca Lopes.
DISTRIBUIÇÃO COM PREVISÃO DE ALTA
Por sua vez, o Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (INDA), divulgou recentemente o balanço de dezembro de 2020, dando conta de uma alta de 14,3% nas compras das siderúrgicas realizadas naquele mês perante a novembro (333,2 mil toneladas contra 291,5 mil toneladas), e um avanço de 14,4% frente a dezembro de 2019 (291,3 mil toneladas). O levantamento da entidade inclui os dados de seus associados integrando o cômputo de chapas grossas, laminados a quente, laminados a frio, chapas zincadas, chapas eletrogalvanizadas, chapas pré-pintadas e galvalume.
No âmbito das vendas, as operações de aços planos em dezembro contabilizaram queda de 15,2% quando comparada a novembro, atingindo o montante de 288 mil toneladas contra 339,4 mil toneladas. Porém, sobre o mesmo mês de 2019, quando foram vendidas 253,2 mil toneladas, contabilizou alta de 13,8%. Com esse resultado, a Variação Vendas Acumulado – (2020 x 2019) registrou um avanço de 6,6 pontos percentuais.
Enquanto isso, as importações encerraram o mês de dezembro com queda de 7,1% em relação ao mês anterior, com volume total de 92,2 mil toneladas contra 99,3 mil. Comparando-se ao mesmo mês do ano anterior (53,8 mil toneladas), elas registraram alta de 71,6%. Por sua vez, em números absolutos, o estoque de dezembro obteve alta de 7,2% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 675,7 mil toneladas contra 630,4 mil toneladas. O giro de estoque fechou em alta com 2,3 meses. “Para janeiro de 2021, a expectativa da rede associada é de que compra e venda tenham uma alta de 10%”, afirma Carlos Jorge Loureiro, presidente do INDA.
Por: Marcus Frediani