Rebatendo notícias veiculadas, o presidente executivo do Instituto Aço Brasil esclarece diversos pontos sobre a indústria de aço brasileira.

Em vídeo divulgado nesta semana o presidente executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes reagiu às críticas que o setor de aço vem recebendo e esclareceu vários pontos.

Começou falando que as notícias veiculadas pela imprensa sobre desabastecimento e alta dos preços de forma abusiva, são totalmente infundadas e fogem da realidade.

Explicou que em função da pandemia mundial a que todos fomos submetidos a indústria do aço em abril do ano passado se viu às voltas com um imenso número de cancelamentos sumários de seus principais clientes na construção civil, e nos setores automotivo e de máquinas e equipamentos, que representam 82,2% do consumo de aço no país. “Diante do quadro a siderurgia brasileira, operando naquele momento com 45% de sua capacidade instalada, foi obrigada a abafar e desligar vários equipamentos, arcando com pesados prejuízos”.

Porém, assim que iniciou a retomada das atividades, em meados de maio de 2020, foram religados os equipamentos e reativada a produção, para atender a volta dos pedidos dos clientes de sorte que a partir de junho a siderurgia brasileira passou a colocar no mercado doméstico grandes volumes de aço substancialmente maiores do que vinha sendo ofertado antes de ter sido deflagrada a pandemia.

Os números do primeiro bimestre deste ano de 2021 (vejam a estatística em outra parte de nossa edição) mostram uma produção de aço bruto de 5,8 milhões de toneladas o que significa aumento de 7,3% em relação ao mesmo período de 2020.

Em janeiro de 2021, a siderurgia brasileira alcançou a maior produção de aço desde janeiro de 2019, a maior produção e vendas de produtos planos desde outubro de 2013 e o maior consumo aparente de aço desde março de 2015.

No mesmo período as exportações de 1,3 milhão de toneladas representaram uma redução de 30,2% em relação àquelas realizadas no 1º bimestre de 2020, evidenciando, claramente, a prioridade que as empresas siderúrgicas dão aos seus clientes do mercado doméstico.

Diante de tais evidências Marco Polo disse “Não existe, portanto, redução de oferta ou desabastecimento de produtos de aço no mercado interno por parte das usinas produtoras de aço, associadas ao Aço Brasil. Acreditamos que eventuais e pontuais problemas possam estar relacionados à reposição de estoques de algumas empresas de setores consumidores que, devido ao seu porte e escala, adquirem produtos siderúrgicos na rede de distribuição”.

Com relação a questão de preços Marco Polo esclareceu: “É assunto que o Instituto Aço Brasil não trata por questões de compliance, destaco que há, atualmente, um boom no preço de commodities que repercute nos demais elos da cadeia de produção a jusante. No caso da indústria do aço, a quase totalidade de insumos e matérias primas e, em especial, as essenciais como minério de ferro e sucata tiveram significativa elevação de preços, com forte impacto nos custos de produção. Este fenômeno não é exclusivo do Brasil, mas ocorre no mundo inteiro”.

Finalizou dizendo: “Os preços praticados no Brasil estão abaixo ou alinhados com aqueles praticados no mercado interno dos EUA, Europa, México, Turquia, Índia e Rússia e não obstante às dificuldades ainda existentes, como a necessidade urgente de acelerar a vacinação da população brasileira, o olhar da indústria brasileira do aço para 2021 é otimista”.

Henrique Pátria – Editor Chefe do portal e revista Siderurgia Brasil