Segundo relatório emitido pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, os dados de janeiro e fevereiro, mostraram continuidade da retomada da economia no início deste ano, beneficiada pelo maior grau de abertura das atividades setoriais no período, a despeito do fim das transferências extraordinárias de renda na passagem de 2020 para 2021. De fato, a geração de emprego formal surpreendeu positivamente e a taxa de desemprego apresentou ligeira queda em janeiro.

No entanto, o recrudescimento da pandemia e o aperto das medidas de distanciamento social contratam uma piora da atividade no curto prazo, especialmente em março e abril, como sugerido pela queda dos indicadores de confiança e de mobilidade. Para o segundo semestre, esperamos que a economia volte a se recuperar, diante da aceleração da vacinação, dos sinais de que a atividade performa de forma positiva em um contexto de reabertura a despeito de menor volume de estímulos, da poupança acumulada no ano passado, que deve impactar positivamente o consumo e do maior crescimento global.

Outra informação é de que a Inflação no atacado continua pressionada, mas deverá desacelerar nos próximos meses. O IGP-M acelerou na passagem de fevereiro para março, refletindo, principalmente, a maior pressão dos preços de combustíveis. No mesmo sentido, o índice de preços ao produtor também registrou aceleração no mês passado, diante do aumento dos preços das commodities em reais. Para os próximos meses, esperamos que a inflação no atacado deva perder força gradualmente, puxada para baixo pelos preços dos produtos agropecuários.

Para tranquilizar os primeiros indicadores de março apontam para continuidade da retomada da atividade global. Os índices PMI da Área do Euro e China e o indicador ISM dos Estados Unidos registraram altas acima do esperado, sugerindo aceleração do crescimento no período. No caso chinês, por exemplo, os dados conhecidos até o momento apontam para um crescimento interanual próximo de 20% no primeiro trimestre. Adicionalmente, compõem o quadro mais construtivo para o exterior as notícias positivas sobre compra de vacinas na Europa e a expectativa em torno do novo pacote de estímulo fiscal nos Estados Unidos, destinado a gastos com infraestrutura.

Fonte: depec-bradesco@infobradesco.com.br