A demanda e a produção seguem em crescimento, tanto no Brasil quanto no mercado externo.

Os mais recentes números da siderurgia mundial e também da nacional não deixam dúvidas que: se para alguns segmentos o ano de 2021, pode não ser o ano da retomada, pelo menos neste primeiro quarto do ano, a siderurgia vem recuperando todo o tempo perdido e não há o que se queixar.

Segundo a World Steel International, entidade que congrega produtores de aço dos principais 64 países ao redor do mundo a produção mundial de aço cresceu em abril 23,3% em relação a abril do ano passado com uma produção total de 169,5 milhões de Toneladas (Mt). E se compararmos os quatro primeiros meses do ano o crescimento mundial de produção foi de 13,7%. O Total produzido nos quatro primeiros meses do ano foi de 662,8 Mt.

A Ásia e Oceania, que segundo a classificação da World Steel é onde estão localizados países como Australia, China, Índia, Japão, New Zealand, Pakistan, South Korea, Taiwan (China), Vietnam, produziram 487,8 Mt, que representa pouco menos de 75% do total. Na América do Sul onde estão Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela, foram produzidos 14,7 milhões de toneladas.

No mesmo informe o destaque é para China que individualmente produziu no quadrimestre 374,6 milhões de toneladas, ou seja, algo como 56% do total da produção mundial.

Em outro informe do National Bureau of Statistics (NBS) da China, a produção de aço bruto que em abril chegou em 97,9 milhões de toneladas, representou novo recorde mensal e diário (+4,1% em comparação ao mesmo mês do ano passado). Considerando o acumulado do ano, a produção local cresceu 16% para 375 milhões de toneladas.

O informe diz ainda que estas estatísticas desafiam os esforços do governo chinês que tenta conter a produção a fim de reduzir a poluição, já que a produção de aço vem aumentando há dois meses seguidos. De acordo com a China Iron and Steel Association (CISA), a produção nas principais usinas nos primeiros meses de 2021 vem batendo recordes que perduravam desde 2017.

Na América Latina
De acordo com informações da Alacero – Associação Latino Americana de aços com a demanda aquecida nos principais países da região a produção também continua crescendo. O alerta da entidade é para as importações que sempre representam um risco para ao setor.

Segundo a Alacero o volume acumulado de aço laminado até março foi de 13,46 milhões de toneladas (Mt), 6% superior ao registrado no mesmo período de 2020, e 4,1% acima do nível do mesmo período de 2019. Na comparação mensal, houve crescimento de 11,5% em relação a março de 2020 e de 13,1% a fevereiro de 2021. O principal produtor foi o México (+33,1%). Os resultados foram os melhores desde abril de 2018, quando não havia pandemia.

O consumo de produtos laminados, nos setores da construção e da manufatura das três principais economias latino-americanas (México, Brasil e Argentina), tiveram reflexo com aumentos de 2,7% e 13,2% em relação aos anos de 2019 e 2020, respectivamente, totalizando 5,58 Mt.

No tocante às exportações, a região registrou uma redução devido à recuperação da demanda local. O número de fevereiro foi semelhante ao de janeiro (-0,5%) e 22,9% menor do que o de fevereiro de 2020. A balança comercial teve uma redução de 9,7% a respeito do mês anterior, com um saldo negativo de 1,4356 milhão de toneladas.

E no Brasil?
Acompanhando a tendência mundial no Brasil não foi diferente. Foram produzidas 3,1 milhões de toneladas em abril deste ano o que representou a maior produção desde o mês de abril de 2018.
Considerando o quadrimestre de janeiro a abril, quando a produção alcançou 11,8 milhões de toneladas, alta foi de 15,9% maior em relação ao mesmo período do ano passado. Em relação ao mês anterior, março de 2020, quando a produção foi de 2.809 milhões de toneladas o aumento ficou em torno de 10%.

Tudo isso foi possível porque as vendas internas, nos primeiros quatro meses do ano, foram de 7,9 milhões de toneladas, representando uma alta de 40,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. O consumo aparente de produtos siderúrgicos, no primeiro quadrimestre deste ano, foi de 9,0 milhões de toneladas, acumulando uma alta de 43,7% frente ao registrado no mesmo período de 2020.

E estamos esperando crescimento nestes números, pois a Usiminas está divulgando que está tudo pronto para a retomada de seu Alto Forno 2 em Ipatinga – MG, agora no mês de junho que irá ampliar a produção e oferta de aço no Brasil.

O próprio ICIA – que é o Índice de Confiança da Indústria do Aço (ICIA) referente ao mês de maio mostra um crescimento de 3,7 pontos frente ao mês anterior, atingindo agora 71,1 pontos, ou seja, ele se encontra 21,1 pontos acima da linha divisória de 50 pontos. A referência é de que acima dos 50 pontos há confiança e baixa desconfiança.

E A DISTRIBUIÇÃO
Vai muito bem, obrigado!
A distribuição e processamento mostrou mais um forte crescimento de vendas com 5,4% maior em relação ao mês anterior, com um total de 343,1 mil toneladas contra 325,4 mil no mês de março último.

Aqui também não cabe a comparação com o mesmo mês do ano passado, pois como todos se recordam a indústria da distribuição praticamente parou em abril do ano passado em função do pico da pandemia causada pelo Covid-19.

Também nas compras houve crescimento de 1,5% num total de 343,1 mil toneladas, contra 340,1 mil toneladas do mês de março.

Com este movimento o estoque em números absolutos somou 713,2 mil toneladas contra 711,2 mil toneladas do mês passado com ligeira alta de 0,3%.

A observação é de que ainda não foram atingidos os níveis de estoque do período pré-pandemia ou para um bom observador a informação é de que “o que entra em estoque, sai em seguida”, ou seja, o mercado e as vendas estão realmente aquecidas.

*Henrique Pátria
Editor Chefe Portal e Revista Siderurgia Brasil