Algumas da principais montadoras de veículos do Brasil, estão paradas ou em processo lento de produção pela falta de componentes. O principal deles é o semicondutor, que enfrenta uma crise mundial sem precedentes e segundo o presidente da Anfavea irá fazer com que a indústria mundial de veículos apresente um recuo de 3 a 5% neste ano de 2021.
Ainda segundo Luiz Carlos Moraes, presidente da ANFAVEA, entidade que reúne as principais montadoras de veículos do Brasil, a crise mundial de falta de semicondutores com certeza não vai frear só o crescimento da indústria automotiva mas vários segmentos como a computação, telefonia, telecomunicações, indústria de transformação, agroindústria e outros dependem da utilização deste componente.
Segundo ele “Esse problema, que deve se alongar até os primeiros meses de 2022, é o responsável pelas paralisações temporárias de parte de nossas fábricas, algumas por períodos curtos, outras mais longos. Um único veículo pode ter até 600 semicondutores em seus sistemas eletrônicos de motorização, câmbio, segurança, conforto, entretenimento, etc.”
Segundo a entidade foram produzidos 192,8 mil veículos em maio, que é o melhor maio desde 2019. O crescimento de pouco mais de 1% em relação a abril foi justificado exatamente pelas paradas obrigatórias por falta de componentes. Já o setor de caminhões e ônibus apresentou um crescimento em relação a abril de 6,2%, dando mostras que há uma recuperação fantástica deste tipo de veículos. Segundo o presidente é o melhor mês desde maio de 2014. O crescimento do acumulado dos cinco meses do ano foi de 106%. Mas temos de lembrar que no ano passado vivíamos um dos piores momentos da pandemia exatamente entre os meses de abril e junho.
Para o mercado interno foram entregues 188,7 mil veículos, com um crescimento de 7,7% em relação ao mês anterior, enquanto os caminhões e ônibus mostraram crescimento de 17,5%, com 11,5 mil veículos entregues.
A exportação também reagiu e cresceu 9,1% com 37 mil veículos exportados e no acumulado o crescimento foi de 66,5%, totalizando 166,6 mil veículos entre janeiro e maio de 2021. Ainda no campo das exportações, considerando-se o crescimento em valores, a subida foi de 5,8% no mês em relação ao mês passado e no acumulado dos cinco meses de 78,5% em relação ao ano passado.
Nos seus comentários finais Moraes disse que um outro detalhe que chamou atenção é que o estado de Minas Gerais, passou São Paulo na aquisição de veículos novos. Sem dúvida é um reflexo da política fiscal adotada pelo governador João Dória que aumentou a carga tributária com a elevação do ICMs sobre veículos novos, que já era muito pesada, segundo o presidente e ficou pior ainda. Em São Paulo a alíquota é de 14,5% enquanto em Minas Gerais ela é de 12%.