A coletiva da Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, realizada nesta quarta-feira (28/07) foi marcada por “pedradas” desferidas pelo presidente executivo da entidade, José Velloso, contra a indústria siderúrgica nacional, a qual ele acusou de manobras visando o desabastecimento interno e consequente subida dos preços. Disse em determinado momento “Houve um movimento orquestrado, muito bem executado pelas empresas do setor, no sentido de reduzir a produção e provocar desabastecimento que consequentemente gerou subida absurda de preços” Continuou “Hoje temos aços importados no Brasil com preços 40% menores dos que os praticados pela indústria brasileira”.
(Veja o que diz o Instituto Aço Brasil a respeito, em nosso portal com noticia com o título “Produção Brasileira de Aço, com Expressivo Crescimento” e também matéria exclusiva em nossa revista Siderurgia Brasil, edição de julho- nº 148).
Tratando das estatísticas os números mostraram estabilidade no setor de máquinas, com as receitas totais atingindo R$17.592,72, que representa 0,1% de queda em relação ao mês anterior e crescimento de 45,4% sobre maio do ano passado, quando as atividades estavam semi-paralisadas em função da Covid-19. O grande destaque foi a produção de implementos agrícolas que vem liderando o crescimento do setor, uma vez que a demanda está muito aquecida em razão dos excelentes resultados que o agronegócio vem obtendo.
A boa notícia veio do setor de exportação onde o crescimento foi de 7,4% em quantidade e de 6,2% em valores em dólares, mas a valorização da moeda, observada no período, anulou essa melhora quando o resultado é medido em Reais levando o desempenho total do setor é uma quase estabilidade na comparação com o mês de maio de 2021.
No primeiro semestre, o destino das exportações mostrou continuidade da recuperação das vendas de máquinas para países da América Latina (+48,1%). A China, que conseguiu superar a crise rapidamente, registrou forte aumento nas aquisições de máquinas e equipamentos brasileiros (+214%). Os Estados Unidos, principal destinos das exportações de máquinas e equipamentos, pela primeira vez neste ano registraram incrementos nas aquisições de máquinas nacionais (+5,6%). As vendas para os países da zona do euro, que também iniciam um processo de recuperação, registraram crescimento de 11,1%. Segundo os dirigentes da Abimaq, à medida que forem avançando os índices de vacinação nos vários países do mundo a tendência é que as máquinas brasileiras avancem no processo de exportação.
Em relação ao Consumo Aparente interno no primeiro semestre, a taxa de crescimento se expandiu para de 24,8%, com predomínio dos bens produzidos localmente.
E sobre o futuro, a carteira de pedidos está com 37,7% acima do nível observado em junho de 2020. Equivalente a 12,3 semanas para seu atendimento sendo que o número de pessoas empregadas no setor saltou para 357 mil.
Revisando as projeções do ano, José Veloso, disse que nos novos números é previsto um crescimento anual de 18 a 20%, ante um crescimento no ano passado de 5%. Segundo ele o setor está totalmente apto a suprir a demanda e já são previstos investimentos dos empresários na ordem de 7 bilhões de reais para aumentar a capacidade produtiva do setor.
Voltando a falar sobre aço ele disse que a próxima reunião que a entidade irá promover para discussão a importação de aço, já conta com mais de 300 empresas inscritas o que assegura um amplo sucesso na iniciativa. Ele entende que a chegada de aços importados, irá equilibrar o mercado e oferecer novas e melhores condições para os consumidores de seu segmento. Atualmente a carteira de pedidos está com 37,7% acima do nível observado em junho de 2020. Equivalente a 12,3 semanas para seu atendimento.