Programa da ONU incentiva a produção de co-produtos como o extrato pirolenhoso.
O Projeto Siderurgia Sustentável (SidSus) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) incentiva a produção do extrato pirolenhoso, um coproduto do forno de carvão vegetal utilizado na agricultura que permite a redução da aplicação de agrotóxicos prejudiciais à saúde humana. Um novo edital foi lançando em 2021 para incentivar a ampliação ou instalação de tecnologias de produção de carvão vegetal de florestas plantadas com produção e recuperação de coprodutos em Minas Gerais, entre eles o extrato pirolenhoso
Esse coproduto do carvão vegetal ajuda a aumentar a eficácia dos agrotóxicos (fungincida, bactericida, herbicida), proporcionando a redução de aplicação desses produtos nas plantações. “O extrato pode ser aplicado em qualquer cultivo. O resultado são plantas mais saudáveis e uma redução expressiva nos custos do manejo”, afirma Adriana Viela, diretora técnica da empresa Extrato Pirolenhoso do Brasil (EPB), empresa pioneira no mercado brasileiro há três anos no mercado, que comercializa 50 mil litros de extrato pirolenhoso por mês. Além de ser utilizado na agricultura sustentável, o extrato pirolenhoso também é empregado na indústria alimentícia, para dar o aroma de defumado a alguns produtos e também na nutrição animal, como uma alternativa ao uso de antibióticos.
Renda dobrada
O produtor de carvão vegetal precisa instalar um condensador no forno para poder coletar o extrato pirolenhoso. Depois o líquido precisa ser decantado e preparado para ser comercializado. Segunda Adriana Vilela, a renda de um produtor de carvão vegetal pode dobrar com a comercialização do líquido. Com o rendimento gravimétrico de 26%, os fornos de alvenaria, tipo circular e retangular, podem produzir, para cada tonelada de biomassa florestal (sem umidade) até 300 litros de extrato pirolenhoso.
O Projeto Siderurgia Sustentável foi criado para incentivar a redução das emissões de gases de efeito estufa na siderurgia brasileira. A iniciativa é implementada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com coordenação técnica do Ministério do Meio Ambiente, tendo ainda apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), do Ministério da Economia (ME) e do Governo de Minas Gerais. Os recursos do Projeto são do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).
Para atingir seu objetivo, o Projeto busca o desenvolvimento e a demonstração de tecnologias e processos sustentáveis para a produção e o uso de carvão vegetal na indústria de aço, ferro- gusa e ferroligas. O carvão vegetal, além de ser utilizado como agente termorredutor por 20% das siderúrgicas, possibilita o aproveitamento de coprodutos, como o bio-óleo, reduz a geração de resíduos, cria empregos e diversifica a produção no setor rural. O projeto será concluído em 2021.
Como parte da Agenda 2030 das Nações Unidas, suas atividades se alinham aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os resultados contribuirão de maneira efetiva para o ODS 7 – Energia Limpa e Acessível; ODS 8 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico; ODS 9 – Indústria, Inovação e Infraestrutura; ODS 12 – Consumo e Produção Sustentáveis; e ODS 13 – Ação contra a Mudança do Clima.
Fonte: daniela.nahass@comunicaconsultoria.com
Assessoria de imprensa