Sempre acreditando no Brasil, a ArcelorMittal completa 100 anos de atividades do segmento de aços longos no país. E muitos novos e produtivos capítulos já estão sendo escritos para dar continuidade a essa história.

Marcus Frediani

No dia 11 de dezembro, a ArcelorMittal, completa 100 anos de atividades do segmento de aços longos no país. Uma das indústrias brasileiras de maior longevidade, a empresa chega ao seu centenário com os pés no presente e olhar no futuro.

“Completar o centenário é motivo de orgulho para nós. Isso demonstra a nossa capacidade de reinvenção para superar os mais diversos desafios ao longo de todo esse tempo. Atingimos essa marca histórica renovando nosso compromisso de atender às demandas atuais e futuras da sociedade, continuando a desenvolver soluções em aços inteligentes, com inovação e sustentabilidade”, destaca Jefferson De Paula, presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Longos LATAM e Mineração Brasil.

Resultado da associação entre o grupo produtor de aço europeu ARBED e a Companhia Siderúrgica Mineira, a Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira surgiu em 1921, em Sabará/MG. Nesse período, a usina possuía o maior alto-forno a carvão vegetal do Brasil, com capacidade para produzir 25 toneladas por dia de gusa. Caminhando sempre na vanguarda da indústria brasileira e do setor de aço, a ArcelorMittal no Brasil foi a primeira produtora de aço a contar com uma planta industrial integrada na América do Sul, também na unidade de Sabará, no ano de 1925.

João Molevade, vista parcial – 1938 – foto: Coutinho

SOLUÇÕES SEMPRE EFICIENTES
Vencendo todos os desafios e crises ao longo de um século, a ArcelorMittal Brasil sempre imprimiu sua marca de pioneirismo, por meio da oferta constante de novos produtos à cadeia siderúrgica nacional. E isso, naturalmente, graças à presença internacional do Grupo ArcelorMittal em mais de 160 nações, bem como à perfeita integração de operação no país com seus 11 centros de Pesquisa & Desenvolvimento ao redor do planeta, nos quais cerca de 1.300 pesquisadores – integrados ao seu quadro global de 190 mil colaboradores, dos quais 16 mil só no Brasil – desenvolvem soluções e processos mais eficientes voltados a gerar agregação de valor para seus clientes, assegurando a estes oportunidades de crescimento futuro.

Assim, atualmente ela opera na produção de aços no país, com capacidade instalada superior a 12,5 milhões de toneladas/ano. Com plantas industriais em seis estados – Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul –, nas quais produz aços longos e planos de alta qualidade para indústrias automobilísticas, de eletrodomésticos, embalagens, construção civil e naval. E, além da mineração, também atua na geração de energia, produção de biorredutor renovável (carvão vegetal a partir de florestas de eucalipto) e tecnologia da informação.

Sua ampla rede de distribuição e de serviços atende às demandas dos mercados doméstico e internacional, por meio de mais de 100 unidades, entre escritórios de representação espalhados por todo o território nacional. Para garantir maior fluxo a essa atividade, em 2015 a companhia inovou ao lançar o primeiro comércio eletrônico de produtos de aço. Dois anos depois, estruturou uma rede própria de lojas de varejo, tornando-se a companhia precursora do setor a realizar vendas diretas para um mercado B2C e, mais recentemente, inaugurou o primeiro sistema de franquias do segmento.

NOVO CICLO DE CRESCIMENTO
Dando continuidade ao seu processo de evolução, mais uma prova inquestionável de seu compromisso renovado com o desenvolvimento do Brasil é que a comemoração do 100º aniversário da atuação da ArcelorMittal no segmento de aços longos no país coincidiu com o recente anúncio feito em novembro pela companhia, de que ela realizará um gigantesco aporte de investimentos da ordem de R$ 4,3 bilhões em sua operação nacional a partir de agora até 2024. Com a bagatela, a empresa deixa mais do que clara a sua intenção de se preparar para um novo ciclo de crescimento mirando não só o desenvolvimento de produtos de maior valor agregado, como também a oferta de soluções completas e inovadoras para a cadeia do aço e, ainda, a implementação de ações que reforçam a diversidade e a inclusão em todos os seus cenários de atuação.

Na prática, parte dos recursos previstos deverá ser injetada na Usina de Monlevade da ArcelorMittal, na cidade de João Monlevade/MG, única fabricante brasileira de aço utilizado para a produção de cordoalhas aplicadas na fabricação de pneus (steelcord). A partir da injeção do dinheiro, serão implantados mais uma sinterização, um novo alto-forno e será feita a duplicação da aciaria. O investimento também compreende ampliação dos sistemas logísticos de recepção de matérias-primas e expedição. Essa nova fase de produção alimentará o trem de laminação de fio máquina (TL3), que começará a operar em janeiro de 2022. Trata-se, portanto, de uma nova linha de produção de aço completa e integrada. Com tudo isso, a usina deverá quase dobrar sua capacidade produtiva, passando do atual 1,2 milhão de toneladas/ano de aço bruto para 2,2 milhões de toneladas/ano em 2024. Já a mina terá sua produção praticamente triplicada, da atual cifra de 1,6 milhão de toneladas/ano para 4,5 milhões de toneladas/ano de minério de ferro.

Já outra parte dos investimentos deverá ser aplicada na Mina de Serra Azul, em Itatiaiuçu/MG, com a construção de uma nova planta de produção de pellet feed, um produto nobre, com alto teor de ferro, que, além de aumentar a capacidade de produção, estenderá a vida útil da mina em 33 anos, até 2056. A atual planta de beneficiamento do minério foi planejada para processar somente o chamado itabirito friável, um minério mais fácil de ser britado, moído e concentrado. Essa matéria-prima deverá se esgotar em 2023, quando será feita a transição da planta atual para a nova unidade de produção, que será capaz de beneficiar o chamado itabirito compacto, que é mais resistente, apresenta menor teor de ferro e exige técnicas especiais de beneficiamento e concentração.

INOVAÇÃO ABERTA
O aporte R$ 4,3 bilhões, inegavelmente, reforça o comprometimento da ArcelorMittal com Minas Gerais, com o Brasil e com as comunidades que abrigam suas operações. O estado, maior produtor de aço e de minério de ferro do país, terá aumentada a produção de aço em cerca de um milhão de toneladas/ano para aplicação em produtos de alto valor agregado. Já a produção de minério de ferro será aumentada em 4,9 milhões de toneladas/ano – considerando os 2,9 milhões de toneladas de Serra Azul somados ao acréscimo de 2 milhões de toneladas da Mina do Andrade, localizada em Bela Vista de Minas, que abastece a Usina de Monlevade. As expansões gerarão equivalente elevação da contribuição de impostos tanto para os municípios e o estado mineiro quanto para a União.

A meta de aumento de produção projeta também a abertura de novas vagas de empregos permanentes. Quando as plantas estiverem operando a plena capacidade, em 2024, haverá a oferta de 1.350 novos postos de trabalho, a serem preenchidos preferencialmente pelos moradores das comunidades que abrigam as unidades. Do total de posições, 650 novos trabalhadores deverão ser contratados para a Usina de Monlevade e 330 para a Mina do Andrade, enquanto 370 novos profissionais irão atuar na Mina de Serra Azul.

E tal destinação expressiva de verbas também atesta inegavelmente a proposta da ArcelorMittal de sair na frente no campo da inovação aberta. Em 2018, ela criou o Açolab, primeiro laboratório de inovação do setor siderúrgico do mundo. Com sede em Belo Horizonte e atuação voltada para facilitar, organizar e acelerar o processo de inovação na companhia, o hub de inovação está conectado a mais de 8 mil agentes do ecossistema. Já em 2021, lançou o Açolab Ventures, fundo de gestão que vai investir mais de R$ 100 milhões em startups e pequenas empresas inovadoras nas áreas de siderurgia, mineração, construção civil, indústria, sustentabilidade, logística, comercial, varejo e distribuição.

Além desses, a ArcelorMittal fez dois anúncios importantes de investimentos envolvendo a modernização das instalações de suas unidades e o aperfeiçoamento de seu modelo de negócios. O primeiro, feito em abril, foi o da retomada da expansão da unidade de Vega, em São Francisco do Sul/SC, que contemplará o projeto de uma terceira linha de galvanização e uma nova linha de recozimento contínuo, o Cold Mill Complex (CMC), com dotação da ordem de R$ 1,95 bilhão e conclusão da obra prevista para o terceiro trimestre de 2023. E o outro, feito em setembro, foi o da retomada das operações na Aciaria da unidade de Barra Mansa/RJ, que demandaram investimentos da ordem de R$ 19 milhões para a manutenção e a reforma de equipamentos.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Mas não é “só tudo isso”. Para celebrar a força da sua história centenária de liderança, pioneirismo e de respeito e cuidado pelas pessoas, pela sociedade e pelo meio ambiente, a ArcelorMittal continua apostando na ampliação de seu papel como agente de transformação na indústria do aço e na sociedade. Exemplo claro disso é que, desde maio deste ano, a companhia passou a contar com a Diretoria de Estratégia, ESG, Inovação e Transformação do Negócio. A área é considerada internamente como a “Diretoria do Futuro”, por reunir numa mesma equipe a missão de potencializar a estratégia do negócio, conectando a performance de hoje com os desafios do amanhã.

Complementarmente, a ArcelorMittal tem em seu DNA a integração do desenvolvimento sustentável à estratégia do negócio é essencial para garantir que o aço seja o material de escolha em um mundo mais circular e de baixo carbono. Entre as iniciativas a serem desenvolvidas e implementadas pela companhia no Brasil estão o aumento do uso de sucata como matéria-prima, a utilização de gás natural e a otimização do uso do carvão vegetal nas unidades que já utilizam o combustível. Essa dinâmica no país, aliás, está perfeitamente alinhado ao esforço da ArcelorMittal em âmbito global, no sentido de estudar alternativas tecnológicas para utilizar os gases de processo que contém CO2, produzindo etanol para consumo e uso na indústria química. Também está em desenvolvimento processo de uso de resíduos de madeira para produção de biocombustível, similar ao processo de produção de carvão vegetal que já é utilizado no Brasil.

Jefferson De Paula

OTIMISMO COM A DEMANDA
Em função dessa conjunção virtuosa de fatores, torna-se cristalino que a ArcelorMittal Brasil está confiante no cenário no médio e longo prazos do país, apesar do entendimento de que o mercado brasileiro de 2021 está sendo atípico. A organização acredita no crescimento sustentável do Brasil e no aumento da demanda por aço, especialmente em setores-chave da economia brasileira, como construção civil, automotivo, máquinas e equipamentos, e por minério de ferro, tanto no mercado interno quanto para exportação de seus produtos.

“Estamos otimistas com a demanda futura por parte das indústrias que trabalham com o nosso aço. O anúncio dos investimentos reforça a confiança do Grupo ArcelorMittal no futuro do Brasil e queremos continuar contribuindo fortemente, a partir de nossos negócios, para o desenvolvimento econômico e social do país”, sintetiza o presidente e CEO Jefferson De Paula.

RAIO X E RESULTADOS DA ARCELORMITTAL BRASIL
– Número de empregados no Brasil: 16 mil
– Número de empregados em MG: 4,5 mil
– Líder em produção de aço da América Latina
– Capacidade instalada: 12,5 milhões de toneladas de aço bruto e 7 milhões de toneladas de minério de ferro
– Distribuição: Mais de 100 unidades de distribuição em todo território nacional
– Ebitda 2020: R$ 5,083 bilhões (+27%)
– Margem Ebitda: 15% (+3 pontos)
– Receita líquida 2020: R$ 33,070 bilhões (+1,9%)
– Lucro líquido 2020: R$ 1,235 bilhão (+16%)
– Produção total de aços longos e planos 2020: 9,5 milhões/ton. (-8%)
– Mercado doméstico: 67%
– Exportações: 33%