Segundo dados divulgados pelo Departamento de Estudos e Pesquisas Econômicas do Bradesco a inflação continua sendo uma ameaça real à retomada do desenvolvimento econômico. Além das pressões externas com a inflação em crescimento nos EUA e em vários países da Europa, o cenário político, com uma eleição majoritária que poderá ser muito desgastante para os negócios  e segundo o boletim do departamento apresentado no dia 16 de fevereiro: “Os últimos dados conhecidos do IPCA ainda não mostram sinais de descompressão de preços, sobretudo no caso dos bens de consumo. Além disso, uma desinflação de commodities, que poderia aliviar este quadro, não se materializou, tanto por questões climáticas quanto geopolíticas.“

Ainda segundo o boletim a produção projetada de soja sofreu uma revisão negativa de 10,7%, equivalente a 15 milhões de toneladas do grão. Milho, arroz e feijão também sofreram ajustes baixistas nas expectativas, por conta principalmente de condições climáticas, conforme informa a Conab. Há implicações, inclusive, para os derivados dos grãos (por exemplo, óleo e farelo de soja) e para toda a cadeia de proteínas, pressionada pelos custos mais elevados. Entre os alimentos, o repasse aos preços finais já parece estar sendo limitado pela desaceleração da demanda. É o caso do feijão, que enfrenta redução de área plantada e restrições de oferta, e também de proteínas como a carne bovina e os laticínios.

Com a coleção de fatos negativos a inflação projetada para 2022, já passou de 4,9% para 5,4%.

Concluindo “Há algumas alternativas nos cenários futuros, que podem minimizar estes cenários, entre elas algumas desonerações tributárias que estão em estudo e endereçam principalmente o diesel, mas também os demais combustíveis, o gás de cozinha e a energia elétrica. Também há estudos para uma redução linear do IPI. Em um período em que os preços estão pressionados, tais medidas trariam um alívio temporário. No entanto, não se trata de uma melhora genuína de inflação e os estímulos fiscais derivados dessa redução de tributos poderiam reverberar ainda mais essa pressão inflacionária. Além disso, uma possível desvalorização do câmbio proveniente do aumento da percepção de risco fiscal já teria capacidade de minimizar o efeito da desoneração sobre o preço dos combustíveis”. Vamos conferir.

Fonte: Depec Bradesco