Após uma experiência surreal no início de 2020, jamais pensada no mundo moderno, quando todos os países entraram em colapso e a economia despencou literalmente, no 2º Semestre as coisas voltaram a se encaixar. E, na mesma velocidade da catástrofe financeira, observou-se uma recuperação sem precedentes. Tanto que, no final daquele ano, todas as projeções eram de que em 2021 haveria a consolidação da retomada econômica e o estabelecimento de uma nova realidade, baseada em crescimento sustentado. Era o “novo normal” chegando.

Henrique Pátria

Quando tudo parecia caminhar para a normalidade começaram a surgir as variantes do vírus da COVID-19, assustando o mundo novamente. Segundo a OMS, são cinco variantes e sete novas cepas da doença, todas elas com alto grau de infecção e transmissão. Com o avanço da vacinação, os países passaram a tentar debelá-las, mas os resultados não foram os esperados.

E, tal quadro influenciou de forma direta a atividade econômica, inibindo a continuidade das boas expectativas, colocando no lugar destas um otimismo bem mais moderado e certo grau de desconfiança. Nesse novo cenário, o crescimento perdeu força, provocando uma série de desarranjos nas cadeias produtivas de insumos mundiais. O mais visível de todos foi a escassez no fornecimento de chips e semicondutores, que apenas no Brasil foi responsável pela perda de produção de cerca de 300 mil veículos nas linhas das montadoras. E, no mundo, essa cifra ultrapassou as 2 milhões de unidades.

Ato contínuo, entrou em cena a famosa e eterna lei da Oferta & Procura, que fez subir os preços de todos os insumos ao redor do mundo, alçando a inflação global a níveis estratosféricos. Estatísticas do grupo dos G20 mostraram, por exemplo, o atingimento de índices inimagináveis de 7% de inflação nos Estados Unidos, e no Brasil, depois de anos de relativa estabilidade, ultrapassaram a barreira dos dois dígitos, batendo na cifra de 10,6%, uma das maiores do planeta.

Contudo, embora pontilhadas de tantas adversidades, várias atividades conseguiram superar os desafios e se manter com crescimento invejável. Entre elas, a siderurgia brasileira, que se recuperou totalmente, e venceu os números de pré-pandemia, fechando o ano de 2021 com um avanço na produção da ordem de 14,7% e com todas as siderúrgicas apresentando resultados financeiros espetaculares. Outro setor que performou resultados surpreendentes foi o de máquinas operatrizes, que, segundo os dirigentes da entidade que capitaneia a atividade no Brasil, obteve mais de 20% de evolução ao longo do ano passado.

E agora José: Quais são as boas surpresas que nos esperam?

Conforme bem expressa o título da reportagem inicial deste Anuário Brasileiro da Siderurgia 2022 estamos “Torcendo por um Ano Melhor”. Praticamente todos os entrevistados que nos forneceram informações para a elaboração da matéria – empresários, presidentes de entidades e líderes de segmentos – estão olhando positivamente para o que vem pela frente. E, bem mais do que isso, anunciando pesados investimentos em suas atividades, estudando alternativas de negócios, modernizando suas unidades e, sobretudo, projetando crescimento.

Como exemplo dessa dinâmica, o setor de máquinas agrícolas adianta que está com sua carteira de pedidos lotada no 1º Semestre de 2022, sendo que o de máquinas operatrizes não fica atrás. E a boa notícia é que os sinais recebidos nos dois primeiros meses de 2022 são para lá de auspiciosos. Os números da produção de aço em janeiro já apontam um aumento de 10,5% no comparativo com dezembro passado. E não menos alvissareiros são as vendas da distribuição de aços planos, que no primeiro mês de 2022 cresceram acima de14%, chegando à casa das 300 mil toneladas vendidas.

De nossa parte pelo 23º ano consecutivo de publicação do Anuário Brasileiro da Siderurgia, temos a satisfação de apresentar aos nossos leitores a edição 2022 permeada de expectativas positivas, com a certeza de que ela vai servir de poderoso instrumento para iluminar o caminho daqueles que atuam ou que, de alguma forma, interagem com a indústria siderúrgica nacional, a maior cadeia industrial do Brasil.

Vocês encontrarão além do artigo citado, elaborado com muito esmero e dedicação, valiosas informações sobre o que o mercado financeiro, com suas ações, projeções de investimentos e operações, espera deste ano, notadamente dos setores de siderurgia e mineração, bem como conhecer, em outra matéria especial, a projeção dos milionários investimentos a serem feitos pelas usinas em modernização e melhoria de sua eficiência operacional e de negócios, além da nossa já tradicional e criteriosa análise do cenário mundial dos metais não ferrosos. Complementando com o nosso famoso “Guia de Compras”, com o mais completo e famoso banco de dados da siderurgia nacional. E tudo isso entregue de maneira digital podendo ser acessado no seu computador pessoal, notebook, tablet ou seu celular. A opção é sua: basta estarem conectados à Internet, e vocês estarão 24 horas interligados conosco em todas as nossas plataformas e redes sociais.

Temos certeza de que sua incursão pela edição que apresentamos a partir desta página trará todos os subsídios necessários para tirarem o melhor proveito do extenso conteúdo deste Anuário Brasileiro da Siderurgia 2022, que, certamente também, os ajudará a projetar o futuro de suas empresas ou seu futuro profissional e pessoal neste ano, que, fazemos votos, seja repleto de otimismo, de muito sucesso e de grandes realizações.

Um forte abraço e boa leitura!

Henrique Pátria
Editor Responsável – henrique@grips.com.br