Os dados divulgados pela Abimaq, entidade que reúne as empresas produtoras de máquinas e equipamentos, para o mês de janeiro de 2022 mostraram uma atividade retraída, muito diferente dos números e entusiasmo reinante na atividade no segundo semestre do ano passado. No entanto, dos diretores que participaram da reunião chamaram a atenção e demonstraram em gráficos que é uma característica da atividade começar o ano com pouca intensidade e depois evoluir durante o período. Isso é o que se espera para inclusive alcançar os objetivos de crescimento que a entidade projetou para este ano de 2022.

Mesmo com esta explicação o desempenho foi abaixo do observado no mesmo mês de 2021. Tanto na comparação mensal como na interanual houve queda na receita liquida de vendas, o que ascendeu o sinal amarelo e sinalizou que o ano de 2022 poderá registrar desempenho abaixo das expectativas. Quando comparado com o mês de dezembro de 2021, janeiro registrou recuou de 14,9% nas receitas. Na comparação com o mesmo mês de 2021 o recuo foi de 4,3%, reduzindo a receita do setor de R$ 20,7 bilhões em jan/21 para R$ 19,8 bilhões em jan/22.

A entidade acredita que o aperto na renda das famílias aliado ao avanço da inflação foi a responsável pela queda principalmente nas vendas de máquinas no mercado doméstico e direcionadas ao setor de bens de consumo. As exportações no mesmo período registraram crescimento de 25%. Os investimentos feitos no setor agrícola continuam em crescimento. Em janeiro de 2022, tais investimentos registraram crescimento de 5,6% na comparação com o mesmo período de 2021.

Em janeiro de 2022 o setor exportou US$ 718 milhões em máquinas e equipamentos. Ainda que um volume abaixo do observado em dezembro de 2021, foi 25% acima do patamar observado em janeiro de 2021 (US$ 575 milhões).

O setor fabricante de máquinas e equipamentos, com a tradição exportadora, recuperou com a desvalorização do real, parte da competitividade anulada pelo “custo Brasil”, e registrou importante crescimento das suas exportações.

Perguntados sobre o efeito da guerra Rússia x Ucrânia nos números do setor, eles acreditam que o impacto será pequeno, tendo em vista que nenhum dos dois países apresentou no passado alguma grande relevância nas exportações brasileiras e também a dependência de itens importados daqueles países é irrelevante. Só para citar as exportações para a Rússia no ano passado não passaram de 1,5% do total e na sua maioria foram de máquinas e equipamentos agrícolas, área em que a atividade tem intensos mercados em quase todo o mundo.

Quanto ao futuro. A medição da carteira de pedido, por número de semanas para atendimento, interrompeu a queda observada nos últimos três meses e cresceu 5,4% em relação a dez/21. A carteira média de pedidos observada nos últimos 12 meses está 20,6% acima da observada em 2021, o que deve ajudar a manutenção na recuperação da produção e receita do setor em 2022.

Fonte: Abimaq

ATENÇÃO: USAR O GRÁFICO 3/14 DESEMPENHO MENSAL.