Os primeiros números de 2022 vinham sendo razoáveis. A indústria do aço reverteu a curva das vendas para o mercado interno, mostrando uma boa recuperação nos dois primeiros meses do ano. O mesmo ocorreu com a indústria automotiva, animada com retomada do ritmo de produção e com a evolução dos licenciamentos, com grandes expectativas em relação à regularização no fornecimento de microprocessadores e chips, prevista para o 2º Semestre deste ano.
E aí, BAAMM!!! Começa uma guerra envolvendo a Rússia, um dos maiores fornecedores de petróleo e de alguns tipos de gases raros do planeta, entre outros insumos e variadas matérias-primas do setor químico e de fertilizantes, contra a Ucrânia, país que vinha se destacando no cenário mundial como fornecedora de insumos e semiacabados para a indústria siderúrgica, mas que – como agora se tornou mais do que óbvio –, nunca teve sua soberania e independência realmente assimiladas pelos artífices do antigo bloco da “Cortina de Ferro”.
Mais do que um conflito entre duas nações, além do cruel desperdício de vidas humanas de ambos os lados, os ataques da Rússia contra a Ucrânia instalaram um clima de temor e desconfiança quanto ao futuro, principalmente entre os países que se libertaram do jugo do ditatorial controle do Kremlin, em um jogo perverso e desleal, marcado por um notório desequilíbrio das forças envolvidas. E pior, a despeito da vilania contra a autonomia e a liberdade democráticas da Ucrânia, o rugido do velhusco, porém redivivo “Urso Soviético”, as organizações intergovernamentais criadas para promover a cooperação internacional – e, em certa medida, preservar a paz mundial –, tais como a ONU, a OTAN e a OCDE, entre outras, pouco fazem além de emitir notas de protesto, ameaças de retaliação e sanções econômicas, que, entretanto, estão longe de promover algum resultado prático para dar fim a essa contenda tão desprovida de sentido.
Cientes da nossa responsabilidade jornalística de informar e interpretar os fatos, trazemos nesta edição da revista Siderurgia Brasil uma análise profunda dos impactos e das consequências que a guerra na Ucrânia já vem transformando em realidade nos cenários da economia e da indústria brasileira e mundial. Para tanto, reunimos em um painel de entrevistas dois respeitados especialistas que vêm acompanhando de perto o desenrolar do conflito e seus desdobramentos, cujo conteúdo traz para nossos leitores um exame completo desses efeitos.
E além dessa criteriosa e competente análise, esta edição está repleta de novidades. Por exemplo, em suas páginas ela chega até vocês com uma reportagem informando, entre outras coisas, que há mais de 17 mil itens incluídos nas listas de ex-tarifários, e que a correta utilização desse benefício pode ajudar – e muito – as empresas nacionais a se modernizarem.
E o aço, para que serve? Para tudo! É o que afirmamos e comprovamos em nossa matéria de capa deste mês. Complementarmente, trazemos instigantes reportagens sobre o que fazer e como se comportar em entrevistas para facilitar a conquista do primeiro emprego, apresentamos as estatísticas atualizadas de março, e ainda algumas notícias importantes acerca da redução do IPI, a nova ordem mundial da sustentabilidade na siderurgia, e os excepcionais resultados obtidos pela CSN, além de muito mais informações.
Continuamos a nos esmerar no compromisso declarado que temos com nossos leitores, que é o de sempre apresentar a vocês o melhor conteúdo para a atualização de sua atividade empresarial. E vale a pena repetir: continuamos também com todos os nossos canais de comunicação abertos, para receber seus comentários, sugestões e críticas, a fim de trazer uma revista cada vez mais completa e sempre melhor para vocês.
Boa leitura!
Henrique Pátria
Editor Responsável
henrique@grips.com.br