Segundo informações divulgadas nesta manhã (18/04) pela diretoria do Inda – Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, entidade que representa os distribuidores e processadores de aços planos, seus associados bateram todos os recordes em março, apresentando um desempenho muito acima do esperado e que há muito tempo não se via no setor.

As vendas cresceram 27,3% quando comparada a fevereiro, atingindo o montante de 382,9 mil toneladas contra 300,7 mil. E se considerarmos o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 325,4 mil toneladas, houve uma alta de 17,7%.

Um grande destaque apontado por Carlos Loureiro na apresentação dos números é que na apuração das médias de vendas diárias, atingiu-se a marca de 17,4 mil toneladas por dia, marca que não era alcançada desde 2014, portanto um recorde dos últimos 8 anos.

As compras junto às usinas mostraram crescimento de 17,7% em relação a fevereiro com volume total de 345,9 mil toneladas contra 293,8 mil. Se considerarmos em relação a março do ano passado (340,1 mil ton.), o crescimento foi de 1,7%. Não podemos esquecer que o primeiro semestre do ano passado era o momento em que as distribuidoras estavam recompondo seus estoques, uma vez passada a pandemia do Coronavirus, portanto a base já era alta.

Com este movimento houve uma brutal queda nos estoques, pois o nível de estoque chegou a 2 meses de vendas, número que não se via desde a criação deste acompanhamento estatístico mensal. Em números absolutos, o mês foi fechado com queda de 4,6% em relação ao mês anterior com o montante de 774,3 mil toneladas contra 811,3 mil.

As importações mostraram uma queda de 17,3% em relação ao mês anterior, com volume total de 125,3 mil toneladas contra 151,5 mil de fevereiro. Comparando-se ao mesmo mês do ano anterior (140,4 mil ton.), as importações registraram queda de 10,8%.

Loureiro comentou que o anuncio antecipado dos aumentos nos preços do aço que estão ocorrendo agora em abril, tiveram uma participação decisiva no crescimento das vendas da rede de distribuição mas por outro lado confirmou que segundo informações que ele obteve com alguns distribuidores o movimento de vendas continua bem forte no mês de abril, pois há setores como o agrícola, o de energia sustentável como a solar e a eólica, a construção civil e a automobilística, principalmente a fabricação de caminhões que vem ganhando muita força de tal sorte que se possa esperar boas novidades para os próximos meses.

Por outro lado, entende que pode ocorrer uma grande entrada de aço importado que é aquele que está parado nos portos desde a sua chegada no segundo semestre do ano passado, notadamente em no Porto de Francisco do Sul, em Santa Catarina, pois a conjunção de fatores como mercado francamente comprador, mais a valorização do real frente ao dólar e ainda a pressão dos altos custos de armazenagem, podem trazer ao mercado alguma novidade para os próximos meses. Não acredita que esteja chegando aço de fora acima do normal, mas o que chegou no final da pandemia e que não tinha margem para ser colocado no mercado, agora pode ter terminada a sua espera.

Fonte: Inda.