Vivemos em meio a um turbilhão de acontecimentos que deixa maluco qualquer planejador, que se dispuser a projetar o que deve acontecer nos próximos meses ou no próximo ano.

Há algumas noticias positivas como por exemplo a nova projeção do IPEA – Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas para o PIB brasileiro em 2021. Após constatar que houve evolução dos indicadores do mercado de trabalho, no primeiro semestre, uma vez que a recuperação se acelerou nos últimos três meses que foram medidos e que houve crescimento econômico em vários setores importantes da atividade econômica a fundação IPEA, aumentou a projeção do PIB brasileiro para 1.8%, quando anteriormente esta projeção era de 1.3%.

A taxa de desemprego, caiu para o nível mais baixo desde 2016, e está agora em 9,8%, quebrando a barreira dos 10%. Os números mostram que o ritmo de recuperação se intensificou ao longo dos últimos 3 meses, combinando forte expansão da população ocupada e redução significativa da taxa de desocupação, mesmo com o aumento da taxa de participação”, declarou o Ipea.
Mas na outra ponta há a questão da inflação que como todos sabem retem o consumo das famílias, impedindo que a roda da economia, possa girar regularmente.
Segundo o último relatório do IPEA: ”A inflação brasileira, assim como em outros países, tem sido impactada pela aceleração dos preços das principais commodities no mercado internacional, refletindo os efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia sobre a produção e comercialização de petróleo, gás e cereais, além do persistente descasamento entre a oferta e a demanda mundial de insumos industriais. Além disso, os danos em diversas lavouras temporárias pelos eventos climáticos, no início de 2022, e a retomada do setor de serviços, neste período pós pandemia de Covid-19, completam este quadro de pressão inflacionária neste ano. No acumulado de 2022, até maio, a inflação brasileira medida pelo IPCA chega a 4,8%. Nos últimos 12 meses, a alta acumulada é de 11,7%.”

E complementa: ”Apesar deste contexto marcado por uma inflação corrente elevada e pela perspectiva de que pontos de pressão inflacionária, como petróleo, bens industriais e serviços, ainda se mostrem resilientes à queda, o cenário inflacionário projetado para os próximos meses vem se tornando mais favorável. Além da expectativa de uma acomodação no preço das commodities agrícolas e da estimativa de melhora na projeção da safra brasileira em 2022, a implementação da Lei Complementar no 194/2022 deve contribuir para uma alta bem menos acentuada dos preços administrados neste ano”.
Para finalizar esta analise, a Confederação Nacional da Indústria – CNI, que mede os indicadores industriais, apontou para um movimento de recuperação parcial da indústria em maio deste ano, depois do fraco desempenho de abril. O faturamento real da indústria de transformação registrou o maior patamar no ano de 2022 ao subir 1,8% em relação a abril.
Segundo o mesmo documento também as horas trabalhadas na produção cresceram 1,6% em maio, na comparação com mês anterior. Após queda em abril, o índice de horas trabalhadas na produção apresentou avanço moderado, mas não recuperou o nível registrado entre fevereiro e março de 2022. Em comparação a maio de 2021, há crescimento de 4,2%.
Estamos entrando no segundo semestre e os próximos índices a serem apurados nos mostraram se estamos descendo ou subindo a montanha neste momento.
Fontes: IPEA, CNI