A Mercedes está prevendo uma alta demanda de ônibus elétricos para os próximos anos.

Tanto é que comunicou em coletiva nesta semana que deve iniciar a montagem, até o final do ano, de seus primeiros ônibus elétricos que irão circular nas cidades brasileiras.

Foi o que afirmou seu diretor de vendas do segmento Walter Barbosa, em coletiva promovida na semana passada. Assim ele pretende competir com rivais asiáticos e outros montadoras que já atuam no país.
O novo veículo foi batizado de EO500U e terá suas primeiras unidades entregues no início de 2023, com autonomia para 250 quilômetros e capacidade para 84 passageiros. No entanto esta autonomia poderá ser ampliada para até cerca de 300 quilômetros, se dois packs de bateria adicionais forem acrescentados aos quatro que já virão com o veículo. É um opcional que poderá ser instalado.
Tais baterias poderão ser recarregadas em 2,5 e 3 horas e os novos veículos virão equipados com dois motores no total de 340 cavalos de força.
Ainda segundo o diretor, os investimentos no projeto somaram cerca de 100 milhões de reais já aplicados.

A empresa projeta que para 2023, a expectativa é de um mercado com demanda para cerca de 1.000 ônibus elétricos e na ordem de 3 mil veículos até 2024, a maior parte rodando em transporte urbano na cidade de São Paulo, cuja prefeitura pretende ter 2.600 veículos eletrificados em operação até lá.
Ainda divulgou que a Mercedes está criando um modelo de negócio diferenciado com fornecimento de estrutura operacional e financeira onde se incluem ferramentas e equipamentos para manutenção e recargas e processos de financiamento específicos para o modelo.
Segundo ele há diversos projetos de mobilidade que estão em curso em algumas das capitais brasileiras. “Estamos negociando por ora um volume de 500 veículos elétricos com os operadores”, disse Barbosa.
Para o mercado de ônibus em geral ele acredita que neste ano haverá demanda entre 17 mil e 21 mil unidades. Isto porque acredita que na regularização da cadeia de suprimentos agora no início do segundo semestre. Ele informou que a Mercedes já teve de interromper a produção da fábrica de São Bernardo do Campo (SP), pela quarta vez no ano, por causa da falta de chips.
Segundo a Anfavea entre janeiro até fim de junho, as vendas de ônibus somaram 7,3 mil unidades, com uma queda de 3% sobre o ano anterior. Os ônibus elétricos vendidos foram 425 unidades.
Como referência no ano passado (2021), foram vendidos no Brasil 14 mil unidades de ônibus, com posição praticamente estável em relação ao ano de 2020.
A própria Anfavea está projetando um crescimento na linha de ônibus acima dos 80% em função de renovações de frotas e de alguns programas governamentais como o “Caminho da Escola”, que prevê a compra deste tipo de veículo.