É o momento de planejarmos para não perdermos o bonde da história. Devemos realizar já um estudo considerando a diversidade de pessoas que habita nosso Brasil, levando em conta suas etnias, sua faixa etária e as várias nuances de clima que enfrentamos de norte a sul.
Claudio Pereira Flor*
Os investidores estrangeiros sempre consideram a nossa mão de obra barata em relação ao primeiro mundo (Europa, EUA, Japão), entretanto esta mão de obra sem conhecimento técnico para assimilar o grau de “automação” está se tornando inviável economicamente.
O investidor não consegue fazer um planejamento de médio e longo prazo consistente. A capacitação de nossa mão de obra foi esquecida ao longo de décadas pelos governantes. A prova contundente e visível, se comprova pela quantidade de escolas técnicas existentes, ou abertas nestes últimos tempos. A mão de obra barata e de qualificação nível médio sumiu, e estamos sendo atropelados pela automação e robótica.
O SENAI é a única instituição que investe no ensino voltado a qualificação a nível médio para a indústria. A lentidão na tomada de atitude dos governantes, está sendo um dos motivos da nossa desindustrialização.
Eles, na sua competição política, não conseguem elaborar políticas de desenvolvimento que são realizáveis a longo prazo, enquanto os incentivos as commodities são mais fáceis e de respostas rápidas à curto prazo.
A minha sugestão seria o investimento considerando Gerações, Etnias e Clima.
Minha proposta:
Gerações
– “Z” → 12 a 27 anos (nascidos entre 1995 e 2010) → adaptados ao mundo 4.0;
– “Y” → 28 a 40 anos (nascidos entre 1966 e 1980) → nativos digitais (viveram analógico e migraram para o digital);
– “X” → 41 a 57 anos (nascidos entre 1965 e 1981) → tem a filosofia de vida e trabalhar e produzir workaholic;
– “Baby-Boomers” → 58 a 75 anos (nascidos entre 1945 e 1964) → viveram épocas áureas e quando na ativa são fontes de grandes experiência e conhecimento.
Etnias
A composição étnica do Brasil é de brancos, pardos, pretos, amarelos e indígenas. No Brasil, você encontra pessoas de todas as raças e de várias nacionalidades. Dentro da etnia dos brancos temos uma diversidade relevante de origem como: asiáticos (japoneses e chineses), europeus (italianos, alemães, espanhóis, portugueses e originários de vários outros países). Considerando as informações acima e ainda nessa imensidão geográfica que é o nosso país, com suas diferenças denota-se que para promover o “Desenvolvimento”, há de se considerar a “criatividade” desta “miscigenação de raças” que é ordeira e dedicada quando bem orientada, além da característica do “bom humor” que se faz presente na maioria das vezes.
Clima
O Clima do Brasil é diversificado em consequência de fatores variados, como a fisionomia geográfica, a extensão territorial, o relevo e a dinâmica das massas de ar. Temos regiões com clima equatorial, tropical, semiárido, tropical de altitude, tropical atlântico e subtropical. Na agenda socioambiental temos ainda o controle de desmatamento, queimadas, exploração de petróleo, avanço do agronegócio de grande impacto nas crises climáticas mundiais que clamam por projetos sustentáveis.
Brasil – “País do Futuro”. Acredito que o nosso país do “Milagre Econômico” necessita de um “grupo de estudo” que deverá observar os três itens acima, para então dirigir os investimentos em automação (com ou sem robótica), o que certamente irá promover um aumento de renda da classe trabalhadora, melhoria da infraestrutura (transporte, moradia e assistência social).
Finalizo dando a minha opinião de que o SEBRAE é a entidade mais próxima para dirigir um trabalho desta natureza, avaliando todos os pontos sugeridos e montando uma proposta para sugerir aos políticos as reais demandas de nossa nação.
*Claudio Pereira Flor é diretor-presidente da Divimec Tecnologia Industrial Ltda., fabricante de linhas de corte longitudinal, transversal entre outros.
cflor@divimec.com.br