O Brasil continua caminhando lentamente em busca de sua melhor configuração para fazer a tão esperada retomada de seu desenvolvimento econômico, o que nos faria mudar de patamar perante ao mundo. A mudança de governo não mostrou nenhuma evolução àquilo que tínhamos anteriormente, e muita coisa continua igual, pior ou sem definição, fazendo com que planos de crescimento e investimentos internacionais, por exemplo, permaneçam todos paralisados.
Depois de muitas idas e vindas, e após seis meses de discussões, a nossa célere Câmara Federal aprovou na última semana de maio um documento chamado Arcabouço Fiscal que, no fundo, é aquele cheque em branco para que o governo possa gastar mais, desrespeitando as regras anteriormente estabelecidas, sem sofrer qualquer tipo de contingenciamento por parte dos demais “guardiães” do Brasil. Coisas como o furo do Teto Fiscal, o descumprimento de metas de gastos primários, entre outras coisas, fazem parte do novo regramento. E, agora, ele vai para o Senado, e lá, evidentemente, terá sua tramitação acelerada na altura do que o atual governo entende ser aquilo que o país “tanto necessita”.
Enquanto isso, aqui fora da Ilha do Planalto, continuamos com mais perguntas do que respostas. Todos os dias e, também, em toda a edição da revista Siderurgia Brasil, temos um empresário ou dirigente de entidade cobrando a aceleração do processo da Reforma Tributária, reafirmando o quanto ela seria útil para o Brasil, pois destravaria um sem-número de pendências. Só que, no âmbito político, ela continua bem guardada no campo dos sofismas, e não se fala muito nela.
Bem, para não fugirmos à regra, nesta edição temos ao menos duas matérias que tocam diretamente nesse assunto. A primeira é uma entrevista exclusiva com o presidente do Sindipeças, Cláudio Sahad, que manifesta todo o seu otimismo na reversão do quadro que o seu setor vem experimentando desde a época da pandemia, plasmado no enfrentamento de um déficit muito grande em sua balança comercial.
Já a segunda traz uma análise de constatações feitas a partir da divulgação de um recente estudo realizado por uma organização não governamental, que, auxiliada por órgãos do próprio governo e pela Fundação Getúlio Vargas, conseguiu balizar os efeitos deletérios daquele “monstro” que assombra qualquer empresa chamado “Custo Brasil”. Em um dos detalhes acachapantes no documento, está o ainda incompreensível fato de a burocracia brasileira sequestrar incríveis 62 dias de trabalho ao ano dos empresários somente para o recolhimento e pagamento de impostos, enquanto em outros países da OCDE, que foram usados como parâmetros, tal apuração não passa de seis horas.
Além desses, convidamos vocês a lerem com atenção os demais artigos e reportagens que preparamos, com imenso carinho, para sua apreciação. Entre eles, destacamos os textos que abordam o endurecimento das regras para a exportação dos produtos brasileiros, do sucesso alcançado pela Expomafe – a feira realizada neste mês de maio, em São Paulo, que apresentou o que há de mais moderno em soluções para a indústria metalmecânica – e, ainda, aquele que fala sobre como a Aço Verde do Brasil, com o seu mote de produzir o aço com a menor pegada de carbono do mundo, vem conquistando cada vez mais espaço no disputado mercado nacional, principalmente no segmento da Construção Civil.
E nesta edição, encontramos tempo para falar também sobre o relevante e atual tema da automação industrial, bem como das estatísticas do setor siderúrgico e de seus correlatos, que nos mostram que estamos todos em uma grande “montanha russa”, ora cravando cifras de crescimento animadoras, ora apresentando quedas decepcionantes.
Mais uma vez nos esforçamos ao máximo para entregar a vocês, caros leitores, o que há de mais atual em todos esses assuntos, e esperamos a sua interação, no sentido de nos trazer suas sugestões, críticas e comentários, para continuarmos a lhes oferecer sempre o melhor conteúdo editorial.
Boa leitura!
Henrique Patria
henrique@grips.com.br