A chegada de milhares de toneladas de aços importados a preços competitivos está deixando os empresários da distribuição e processamento de aço muito preocupados com o futuro.
Os dados apresentados pelo INDA – Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, relativos ao mês de junho foram marcados por uma queda histórica nas vendas.
Em junho foram vendidas 284,6 mil toneladas contra 331 mil do mês de maio com queda de 14%. Se fizermos a comparação com mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 302,8 mil toneladas a queda foi de 6%.
No mesmo período as importações voltaram a crescer, agora com um índice de 5,7% acima do mês passado e volume de 201, 3 mil toneladas contra 190,4 mil toneladas. Entretanto cabe lembrar ainda que no mês passado já havia acontecido um grande salto nas importações. E quando comparado o nível de entradas neste mês contra o mês de junho do ano passado, quando foram internadas115,1 mil toneladas o crescimento foi de absurdos 74,9%.
A explicação dada por Carlos Loureiro, presidente executivo do Inda, é que já existem em depósitos alfandegados nos portos brasileiros milhares de toneladas de aço importado, que estavam estocados, de outros momentos de importação e que agora com a valorização do real perante o dólar, por motivo dos preços estarem muito competitivos é chegado o momento da internação destes produtos.
Disse ainda que o que preocupa é que continuam chegando navios carregados de aço, principalmente no Porto de São Francisco do Sul, que é a principal porta de entrada dos aços no Brasil. “Há filas de navios carregados de aço, para serem descarregados”.
Já as compras acompanharam a tendência de queda e registraram baixa de 17,2% perante maio, com volume total de 293,5 mil toneladas contra 354,5 mil. Em relação a junho do ano passado (315,7 mil ton.), a queda foi de 7%.
Com esta movimentação os estoques cresceram 1,1% atingindo 850 mil toneladas em números absolutos e que representam 3 meses de vendas. Aqui cabe lembrar que o número histórico do Inda é de 2,8 meses.
Loureiro alertou os empresários que é preciso ter cautela com as compras neste momento pois se este número de estoque continuar crescendo e com os juros no patamar que estamos certamente haverá dificuldades de liquidez mais adiante.
Fonte: Inda.