Em reunião com a imprensa e com a participação Jefferson De Paula, presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Longos e Mineração LATAM e por Marco Polo de Mello Lopes, Presidente Executivo do Instituto Aço Brasil, foram apresentados novos indicadores apurados agora em julho para a siderurgia nacional em 2023, com retrocesso em praticamente todos os quesitos, por conta da falta de retomada da atividade econômica.

O Brasil tem capacidade instalada para produzir 51 milhões de toneladas anuais de aço bruto, mas neste momento está operando com cerca de 60% de sua capacidade com produção na casa dos 34 milhões de toneladas anuais. A produção mundial de aço bruto está situada em 1.884 milhões de toneladas anuais e a China produzirá este ano 1.018 milhão, cerca de 56% do aço mundial. O Brasil ocupa a 9ª posição mundial, mas o Instituto Aço Brasil, acredita que em breve possamos chegar a 8ª posição. Como curiosidade toda a produção brasileira de um ano é feita na China em 12 dias.

Um ponto que passou a chamar a atenção é que a China tinha planos de adequar a sua produção, principalmente por problemas ambientais e efetivamente chegou a mostrar redução nominal em sua produção. Mas por outro lado observa-se um aumento de capacidade de produção nos países asiáticos com investimentos chineses.

As novas projeções para o Brasil, apresentam a produção de aço bruto neste ano de 32,388 milhões de toneladas, com queda de 5% em relação a 2022. As vendas internas devem fechar em 19,116 milhões de toneladas, com redução de 6% ante o ano passado. Já o consumo aparente (vendas internas mais importações por Distribuidores e Consumidores) deve chegar a 22,912 milhões de toneladas, recuo de 2,6% na mesma comparação.

Esta diferença entre a queda de produção e a queda no consumo aparente é explicada pela grande quantidade de aço importado que vem entrando no Brasil nos últimos meses e que deve representar recorde até o final do ano.

Segundo as projeções as exportações devem cair 0,3%, para 11,903 milhões de toneladas, e importações devem crescer 25,6%, para 4,209 milhões de toneladas.

Esta nova projeção de recuo se justifica pela dificuldade na retomada de crescimento dos principais setores consumidores do aço como o automobilístico, bens de capital e construção civil, que respondem por 82,5% da demanda.

Nos primeiros seis meses do ano, frente a igual período de 2022, a produção de aço bruto caiu 8,9%, para 15,972 milhões de toneladas; as vendas internas encolheram 5,7%, para 9,626 milhões de toneladas; as exportações recuaram 4,2%, para 6,315 milhões de toneladas, e as importações cresceram 43,2%, tendo atingido 2,208 milhões de toneladas.

Ainda na mesma comparação, o consumo aparente recuou 1,6%, para 11,557 milhões de toneladas.

O Aço Brasil também prevê queda no consumo per capita de produtos siderúrgicos no Brasil este ano, de 108,6 quilos para 105,9 quilos por habitante. O país tem um dos piores desempenhos entre países emergentes desde 1980, quando registrava consumo per capita de 100,6 quilos. Entre 1980 e 2022, a média mundial cresceu 74%, para 223,5 quilos. No período, na China, o indicador cresceu 1.918%, para 645,8 quilos; na índia, 539%, para 81,1 quilos; no Chile, 118%, para 114,4 quilos; e, no México, 69%, para 194,8 quilos.

Fonte: Instituto Aço Brasil