O processo de fabricação de embalagens de aço é complexo, mas com o uso de equipamentos adequados e feitos na medida, proporcionam o melhor aproveitamento e máxima produtividade ao produto final.

Claudio Pereira Flor*

Como sempre afirmei em outros artigos que tive a oportunidade de apresentar, o aço representa de 60 a 80% do consumo dos metais pela civilização humana e ele é 100% reciclável. Com a febre da reciclagem e politicamente sustentável, há vários projetos de reciclagem a todo vapor em todo mundo principalmente pelos governantes e pela iniciativa privada. Eles têm investido nestes processos para trazer um ambiente sustentável para toda a humanidade.

Um dos exemplos destes esforços é que a sucata metálica tem sido disputada em todo mundo, pois ela é reaproveitável. Há cotações internacionais dos preços das sucatas, e elas fazem parte da composição de custos de determinados tipos de aços, além de existirem informações de que alguns países já vêm se protegendo com legislações específicas contra a exportação de sucata metálica.

O aço passou pelas histórias da humanidade em todos seus ciclos desde 4.000 anos antes de Cristo, por todas as descobertas, várias guerras, pela Revolução Industrial e todas as inovações que se sucederam e mais recentemente pela crise energética.

Uma das mostras da força deste produto é a pujança chinesa que chegou quando eles ultrapassaram mais do que 50% da produção mundial do aço. Significa hegemonia e controle do mercado mundial.

Voltando! O Ciclo do aço começou quando Henry Ford*¹ inventou a fabricação seriada chamada “o fordismo”, ou seja, as partes de veículos, começaram a serem estampadas em série por prensas que eram alimentadas por rolos de aço, as “Bobinas”.

Entre as décadas de 80 e 90 (século passado) houve um avanço no processo com um número maior de peças produzidas. O aumento dimensional das bobinas e a automação definiram um novo patamar para os rolos de aço ou as bobinas. As larguras maiores foram postas em racks e transportadas enquanto as estreitas, com risco de tombar, tiveram que ser deitadas e empilhadas. Desta premissa acima e dos inúmeros acidentes (grau 3) causados, houve um desenvolvimento para um sistema de embalagem que consiste em:

Em princípio desenvolvemos o empilhador de bobinas magnético, o qual tivemos que abandonar pela dificuldade de desmagnetização. Por exemplo haviam parafusos e outros resíduos metálicos grudando na chapa estampada.

Também tivemos que desenvolver pinças para empilhar as bobinas de aço inoxidável (mais sensíveis) e hoje em fabricação para as bobinas de ligas de cobre com espessuras de até 0,10mm.

A Divimec, a exemplo dos europeus, desenvolveu linhas de embalagens*² que chegaram a um nível de contento de investimento pela cooperação que teve das empresas como a Aperam, ArcelorMittal, CSN – Prada, Gonvarri, Tuper, Panatlântica, MAG, Multiaços, Dox, Termomecânica e os próprios Inspetores do Ministério que colaboraram apontando pontos ergométricos e riscos de seu acompanhamento em diferentes locais do Brasil.

Ainda olhando o Mercado do Aço, vemos um novo ciclo definido por uma conjunção de fatores como a “crise energética”, “laser” e o aço de “alta resistência e baixa liga”.

O “laser” com alta performance tem facilitado o projeto de perfis desenvolvidos a partir de análises finitas com custos e pesos menores.

Aços ARBL já ultrapassam os 1000MPa (o dobro da resistência de 5 anos atrás) e estão limitados pelas Linhas de Processamento antigas que estão entre 500 a 600MPa.

Está havendo inclusive a viabilização do hot-stamp para algumas peças.

Curiosidade: Hoje o tubo do cabo de vassoura é produzido com aço ARBL de mínimo 900Mpa.

A manufatura de componentes do aço ARBL irá viabilizar economia de massa (peso) em todos os processos o que viabilizará o carro popular elétrico ou a hidrogênio, caminhões a etanol ou biocombustível entre outras aplicações.

Retornando! Temos hoje no Brasil algumas “linhas de corte longitudinal” que foram especificadas para processar aço ARBL como MAG, Gonvarri, Brasmetal Waelzholz, entre outras. Estas linhas de corte longitudinal, obrigatoriamente por questões de segurança, possuem na sequência uma linha moderna de embalagem, tendo em vista os possíveis riscos de acidente.

*¹ – Frases do notável Henry Ford:

  • “Um idealista é alguém que ajuda outro a ter lucro”.
  • “O insucesso é apenas uma oportunidade de recomeçar com mais inteligência”.

*² – Os aços de alta resistência e baixa liga ARBL, são o contraponto dos europeus e americanos à hegemonia chinesa dos aços carbono de baixa liga.

*Claudio Pereira Flor é diretor presidente da Divimec, empresa fabricante de linhas de embalagens, linhas de corte e demais equipamentos para processamento de metais.