A coletiva de imprensa comandada pelo presidente Marcio de Lima Leite da Anfavea foi marcada por uma preocupação expressada após os números apurados nas exportações para a América Latina. Pelos gráficos apresentados existe um crescimento fantástico nas exportações para a América Latina de veículos vindos da China, Índia e Indonésia. Entre os anos de 2013 e 2022 que é a última medição disponível a China cresceu de uma participação de 4,5% para 21,2%. A Índia cresceu de 2,2% para 5%, portanto mais do que o dobro e a Indonésia que começa aparecer como produtora de veículos saiu de 0,2% para 1,5%. No mesmo período o Brasil recuou de 22,5% para 19,4% e o Japão + Korea de 19,8 para 12,8%.
Com respeito a produção mundial de veículos também a China disparou na liderança ultrapassando EUA e abrindo larga margem. A grande surpresa fica por conta da aparição de Indonésia que já produziu no ano passado 1,5 milhão de veículos e vem crescendo assustando os demais produtores. O Brasil se mantém em 8º lugar, mas segundo a palavra do presidente sua posição está muito ameaçada, pois não estamos crescendo enquanto vemos outros países disparando com números positivos.
Com respeito aos números e agosto a produção de veículos foi a segunda melhor do ano e a grande novidade é que não foram registradas nenhuma parada de fábrica no mês. Foram produzidos 227 mil veículos, com uma venda diária de 9 mil veículos e emplacamento de 207, 7 mil veículos no mês.
Esta produção de 227 mil veículos foi superior em 24% o apurado no mês anterior que havia sido de 183 mil veículos. Considerando a acumulado do ano ouve uma estabilidade de produção nos primeiros 8 meses do ano com 1.542 milhão contra 1.549 milhão do ano passado.
Quem não andou muito bem foi a produção de caminhões que no acumulado do ano apresenta um recuo de 37.5%
Perguntado sobre a questão da ameaça da chegada dos carros chineses no Brasil, o presidente respondeu que há uma demanda forte da Anfavea junto ao governo brasileiro, pois os carros elétricos vindos da China já estão e entraram com muita força no Brasil, principalmente porque eles tem isenção de imposto de Importação, enquanto os veículos normais pagam 35% de Imposto. Disse ainda que por conta desta situação o Brasil já deixou de arrecadar neste ano 2 bilhões de reais em impostos.
Segundo ele não há Isonomia no tratamento desta questão e evidentemente com isso é impossível a indústria nacional competir, pois a diferença financeira é muito grande. Finalizou dizendo que se não for revista urgentemente esta questão, as pesquisas e desenvolvimento para avançarmos com os carros elétricos no Brasil, ficarão muito prejudicadas.
Fonte – Anfavea