Segundo dados do Ministério da Economia, Secex, em agosto, as exportações de sucatas ferrosas, insumo usado na fabricação de aço, alcançaram 64.731 toneladas, um aumento de 109,7% em relação às exportações de 30.864 toneladas no mesmo mês de 2022. De janeiro a agosto, os números mostram uma expansão nas exportações, que somaram 476.493 toneladas neste ano, com alta de 77,8% em comparação às 267.978 toneladas do mesmo período de 2022.
Segundo Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), órgão de classe que representa mais de 5,6 mil recicladores que reinserem insumos recicláveis no ciclo da cadeia produtiva, com uma economia interna ainda retraída e fraca demanda da indústria automobilística e da construção civil (grandes consumidores de aço) — mesmo com a reação do PIB, puxado principalmente pelo setor de serviços –, as siderúrgicas e fundições têm comprado menor volume de sucata. Alvarenga destaca que o forte crescimento deve-se a um movimento sazonal ocorrido neste ano.
Conforme Alvarenga, a previsão para este ano é de uma queda de pelo menos 30% na demanda interna por sucata, enquanto a exportação deve atingir patamares elevados até dezembro. “O início da queda da taxa de juros no país, determinado pelo Banco Central na reunião do Copom, e a melhoria do emprego nos últimos meses, trazem alguma esperança para o segundo semestre, principalmente na construção civil, mas continuamos pessimistas sobre a reação do nosso setor de insumos recicláveis, que só deve ocorrer em 2024”, diz Alvarenga. Ele considera essencial que haja maiores estímulos governamentais à reciclagem no âmbito federal, estaduais e municipais, tendo em vista ser uma das atividades essencial e estratégica na preservação do meio ambiente e incremento da economia circular.
Fonte: Letras & Fatos Comunicação – Assessoria de imprensa