Mesmo com resultados negativos persistindo na siderurgia brasileira em 2023, uma notícia positiva veio dos distribuidores e processadores de aços planos no mês de outubro.

Segundo o Inda que reúne as empresas do setor, foram vendidas 340 mil toneladas contra 323,3 mil do mês passado com alta de 5,2% e 9,7% se considerarmos a comparação com setembro do ano passado, ocasião em que foram vendidas 310 mil toneladas.

As compras feitas junto às usinas nacionais também apresentaram crescimento de 9,1% com um volume de 352,3 mil toneladas contra 322,8 mil do mês de setembro. Se comparado com o mesmo mês do ano passado houve alta de 11,3%.

Mesmo com essa compra mais acentuada o giro de estoques permanece em 2,5 meses, um número adequado para o setor que possui atualmente em estoque 855,7 mil toneladas contra 834,4 mil do mês passado portanto com alta de 1,5%.

O destaque continuou por conta das importações que neste mês totalizaram 204,6 mil toneladas, 15% maiores do que o mesmo mês do ano passado, mas foram 34% menores do que setembro que foi considerado o pico das importações de aço plano no Brasil. A explicação foi a antecipação do imposto de importação de 9,6% que estava previsto para janeiro e foi antecipada para 1º de outubro.

Nos seus comentários Carlos Loureiro, presidente executivo do Inda, disse que a situação da siderurgia brasileira realmente é delicada como relatamos na matéria “A dura realidade da siderurgia nacional” que você vai ler nesta edição.

Disse que é legitima a preocupação do presidente do IABr, quando alertou que se não for colocada uma barreira emergencial por parte do governo brasileiro, assim como acontece em todos os países do mundo, na entrada de aço importado, principalmente vindo da China, as usinas podem desativar algumas de suas unidades, pois entende que a regra do mercado é inexorável. Se não houver mercado, não há como produzir.

Segundo ele há um “dumping” explicito sendo praticado, pois com os preços dos insumos no mercado internacional (carvão + minério de ferro) não é possível chegar o aço chinês nos preços que estão sendo praticados.

Finalizou dizendo que para os distribuidores há uma situação de pleno abastecimento, pois vários deles trabalham com aços nacionais e importados.

Fonte: Inda