A Nippon Steel anunciou o fechamento do acordo para a compra da United States Steel (US Steel) pelo valor de US$ 14,1 bilhões. Após a saída da Usiminas a siderúrgica japonesa estava rondando o mercado em busca de novas oportunidades. Com esta aquisição está surgindo o segundo maior grupo siderúrgico do mundo com produção estimada em 86 milhões de toneladas. Ela só irá perder para a China Baowu Steel Group, estatal chinesa que tem uma produção maior.
Antes de optar pela Nippon Steel a centenária empresa norte americana havia rejeitado uma oferta da sua rival comercial Cleveland-Cliffs por US$ 7,25 bilhões.
Na transação já aprovado pelos Conselhos das duas empresas a Nippon pagará US$ 55 por ação que representa um ágio de 142% sobre o preço das ações da US Steel no último dia de negociação antes de anunciar a negociação.
A Nippon Steel, é a maior siderúrgica do Japão e passa a ser o segundo maior grupo siderúrgico do mundo. Sua política atual é a tentativa de crescer no exterior para compensar as dificuldades que tem enfrentado em suas operações no Japão. O acordo lhe dará uma posição de grande destaque na indústria siderúrgica americana e mundial, já que a US Steel é uma das principais fornecedoras do mercado automotivo norte americano.
No acordo ficou estabelecido que a US Steel manterá seu nome e sede, conforme o comunicado divulgado nos últimos dias do ano. A Nippon também disse que honrará todos os acordos que a US Steel tem com o sindicato United Steelworkers, que havia afirmado que não apoiará nenhum licitante estrangeiro.
A US Steel foi fundada em 1901, quando J. Pierpont Morgan fundiu uma coleção de ativos com a Carnegie Steel Co de Andrew Carnegie. A empresa passou por mudanças substanciais nos últimos anos, tentando melhorar sua performance sem sucesso
A aquisição acrescentará 20 milhões de toneladas de capacidade de aço bruto à capacidade atual da Nippon de 66 milhões e tornará o grupo japonês um dos fornecedores mais importantes para a indústria automotiva dos Estados Unidos.
“A Nippon Steel pretende completar uma rede global…estabelecendo uma base nos EUA…onde se espera que a demanda de aço cresça”, disse o presidente, Eiji Hashimoto, a jornalistas. “A US Steel não é nossa concorrente no mercado norte-americano ou em qualquer outro lugar, portanto, podemos dizer objetivamente que é a melhor combinação”, disse ele.
Ainda segundo dados apurados, na América do Norte a Nippon Steel obtém somente 12% da sua receita total, fato que este que deverá mudar daqui por diante, pois a receita total líquida da US Steel nos EUA no ano passado foi de US$ 16,8 bilhões, bem mais que o dobro do faturamento de cerca de 6,7 bilhões que a Nippon Steel gerou na América do Norte no último ano fiscal.
Complementando a informação a Nippon Steel no ano passado adquiriu o controle em duas siderúrgicas que usam fornos elétricos na Tailândia e, em 2019, juntamente com a ArcelorMittal, a empresa japonesa comprou a Essar Steel, da Índia e tem ainda um acordo para a compra de 20% na unidade de carvão siderúrgico da mineradora canadense Teck Resources pelo valor de US$1,3 bilhão.
Já no Brasil, após vender o controle majoritário da Usiminas para a Ternium a empresa ainda detém ainda uma participação menor na usina mineira A última aquisição também ocorre apenas um mês depois que a Nippon Steel, anunciou um acordo de US$ 1,3 bilhão para comprar uma participação de 20% na unidade de carvão siderúrgico da mineradora canadense Teck Resources.
A operação está em análise em órgãos reguladores entre eles o Comitê de Investimentos Estrangeiros nos EUA que deverão dar a sua palavra final.
Fontes: Portal InfoMoney e Agencia Bloomberg.