Segundo os dados divulgados pela Abimaq – entidade que reúne os produtores de máquinas e equipamentos no Brasil, o setor registrou queda na receita líquida de vendas em relação ao mês de fevereiro. Em relação ao mesmo mês do ano anterior também houve encolhimento da receita, com isso, no ano (1ºtri 24) o setor acumulou queda de 21,3%. O período houve queda na receita oriunda do mercado interno e externo. Dentre os segmentos o pior desempenho se deu no agrícola, indústria de transformação e infraestrutura e indústria de base.
Com relação ao mercado interno, o setor acumulou queda de forma geral (-21,9%), mas observou estabilidade na receita de vendas de componentes para bens de capital e crescimento nas de máquinas para logística e construção civil. A expectativa é de que ao longo do ano, estes setores e mais os de infraestrutura e a indústria de transformação registrem resultados melhores, contribuindo para aumento dos investimentos em 2024. Fatores como eleições municipais, obras relacionadas ao PAC e políticas públicas recentemente anunciadas têm o potencial de direcionar o país a um novo ciclo de investimentos.
O mês de março de 2024 registrou incremento nas exportações de quase todos os segmentos monitorados (6 dos 7). Houve no período queda apenas nas exportações de máquinas para infraestrutura e indústria de base e encerrou com um total de US$ 1.018,36 milhões em exportações de máquinas e equipamentos nacionais. Esse resultado veio acima (+24,6%) do observado no mês de fevereiro de 2024 (US$ 817 bi), anulando a queda observada naquele período. Apesar da melhora das exportações na ponta, o ano (1tri2024) o setor continua acumulando queda em relação ao mesmo período de 2023, ano no qual o setor atingiu o novo recorde de vendas no mercado externo. Em quantidades físicas as exportações também registraram crescimento no mês, mas queda no ano (+24,7% e -13,1% respectivamente). Esse desempenho nas exportações neste início do ano está relacionado ao real mais valorizado no período (em relação ao primeiro trimestre de 2023 houve valorização de 4,7% (R$/US$5,2 contra R$/US$5)) e também à base de comparação mais elevada (em 2023 o setor nacional atingiu novo recorde de exportação).
Om respeito às importações foi registrado o crescimento tanto relação ao mês imediatamente anterior (13,9%) quanto em relação ao mesmo mês do ano anterior (0,1%). No mês foram importados US$ 2,4 bilhões contra US$ 2,1 bi em fev24. No período também houve crescimento das importações medidas em quantidade física. Em relação ao mês de fev24 o incremento foi de 16,9%. No ano as importações de máquinas e equipamentos foram equivalentes a US$ 6,9 bilhões, um crescimento de 6,1% em relação ao primeiro trimestre de 2023.
O nível de utilização da capacidade instalada subiu para 74,5% no mês de março, o segundo crescimento consecutivo no ano, mas ainda se encontra 4,3% abaixo do nível observado no final no mesmo mês de 2023 (77,8%). Em média, no período o setor operou pouco acima de 2 turnos. Nos últimos 12 meses ano o setor atuou em média com 74,5% da sua capacidade instalada. A carteira média de pedidos, medida em semana para o seu atendimento, durante o mês março também se elevou e voltou o nível observado no início do ano (9,6 semanas).
Fonte Abimaq.