As exportações brasileiras para os 22 países da Liga Árabe cresceram 30,31% nos primeiros quatro meses do ano, totalizando US$ 7,395 bilhões, informa a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.
O avanço foi puxado pelas vendas de açúcar, carnes e minerais, produtos que foram negociados a preços mais altos no período. As commodities minerais tiveram alta de 10,20% no preço médio, ou US$ 109,18 a tonelada.
Para Tamer Mansour, secretário-geral da entidade, o resultado é um indicativo da resiliência das economias árabes, sobretudo as do Golfo, que seguem com os investimentos em infraestrutura previstos nos planos governamentais de transição econômica, as chamadas Visões 2030, que demandam ferro e aço.
Mansour chama atenção para o fato de os Emirados Árabes Unidos, o principal hub de exportação da região e um país que tem na triangulação de mercadorias um componente importante de seu sistema econômico, terem sido responsáveis por 22,72% das receitas de externas brasileiras, ou US$ 1,680 bilhão, com aumento de 80,98% sobre o ano anterior.
“O país tem 46 zonas francas, de processamento de exportações, que fazem dele um grande reexportador de alimentos para todo o mundo islâmico. Cresceram também as exportações brasileiras para Omã, que, assim como o vizinho, utiliza sua posição estratégica para potencializar a triangulação de mercadorias”, explicou Mansour.
Para ele, a perspectiva é que o comércio mantenha o ritmo nos próximos meses, já que o próximo quadrimestre é tradicionalmente um período em que os países árabes costumam reforçar seus estoques de alimentos para o consumo da população local e para triangulação.
No último quadrimestre do ano também deve haver novo período de acúmulo de mercadorias em preparação ao Ramadã de 2025, o mês sagrado dos muçulmanos, durante o qual as exportações tradicionalmente têm um fluxo menor.
Fonte: daniel.medeiros@pressmanagermail.com.br Assessoria Câmara de Comércio Árabe Brasileira.