Segundo matéria especial divulgada no Portal Terra hoje (29 de maio) e elaborada pelo jornalista Vinícius Harfush, agigante chinesa BYD, resolveu definitivamente “invadir” o Brasil com seus carros elétricos e declarou que deve investir R$ 5.5 bilhões para produzir 300 mil carros elétricos por ano e manter 10 mil empregados em suas fábricas.
Conforme a matéria cita, “a conclusão das obras da fábrica da BYD em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, está prevista para o fim do ano, mas a gigante chinesa do ramo de tecnologia e eletrificação já anuncia impactos importantes na economia e mercado de trabalho no País.
Segundo o gestor, a primeira fase do projeto de produção e comercialização da BYD em território nacional terá impacto imediato na geração de empregos. Serão 10 mil trabalhadores contratados para atender a demanda da operação.
Com um investimento de R$ 5,5 bilhões no Brasil, a multinacional terá capacidade de ofertar 150 mil unidades de veículos híbridos e elétricos para o País no período de um ano. Ele definiu que essa meta começará a ser construída a partir da full production da fábrica durante o primeiro semestre de 2025.
“Chegamos à marca de cem concessionárias no Brasil, e o objetivo é fechar o ano de 2024 com 200 concessionárias. E quando a fábrica começar a produção completa, teremos a capacidade de produzir na primeira fase 150 mil veículos e comercializar todos eles em solo brasileiro, com a perspectiva de alavancar para a segunda fase com 300 mil veículos, pensando no mercado brasileiro, sul-americano e latino-americano”, explica Baldy.
A chegada da empresa cria a expectativa de reduzir os preços dos automóveis híbridos ou elétricos, ainda considerados artigos de luxo pela população que pensa em comprar um carro. Baldy afirma que a produção interna tende a aproximar os valores dos automóveis da BYD dos carros populares brasileiros.
Durante a realização do Summit Mobilidade 2024 nesta terça-feira, 28, em São Paulo, o conselheiro especial da BYD no Brasil, Alexandre Baldy, afirmou que as obras da fábrica na Bahia estão a todo vapor e projeta a montagem dos veículos já em dezembro de 2024.
“A BYD, na visão do consumidor brasileiro, é revolucionária por tornar mais acessível o que tem de mais inovador e tecnológico no mundo dos automóveis. E hoje a gente percebe que o carro elétrico não é algo somente para o rico, ele tem sido, desde que BYD chegou ao Brasil, uma realidade para uma parcela muito grande dos brasileiros”.
O modelo mais em conta da BYD é o Dolphin Mini, comercializado por R$ 115.800. É o segundo modelo elétrico mais barato do Brasil, atrás apenas do Kwid E-Tech, da Renault, que custa R$ 99.900.
Atualmente, a maior produtora de veículos elétricos e híbridos no Brasil é a Toyota. A marca japonesa importa modelos desde 2013 e, desde 2019, já atua em solo nacional com a produção de carros dessa linha. Modelos como o Yaris, Prius e o Corolla Cross já são fabricados em Sorocaba e Indaiatuba, no interior de São Paulo.
Segundo Roberto Matarazzo Braun, diretor de comunicação, presidente da Fundação Toyota Brasil e representante da marca no setor de ESG, de 2019 para este ano, a Toyota ampliou de 10% para 20% o percentual de produção de elétricos ou híbridos brasileiros. A comercialização dos carros tem um valor de mercado de 10% a 15% maior que automóveis flex à combustão.
A empresa japonesa também prevê investimento milionário no Brasil. São R$ 11 bilhões injetados até 2030 para crescer a produção e focar na exportação dos veículos para 22 países da América Latina. Além disso, a ideia é levar o conceito de carros híbridos e híbridos flex (com uso de etanol) para países que tenham perfil parecido com o Brasil, como a Índia.
A entrada dos carros eletrificados da Toyota no Brasil chegou por meio do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, quando a marca vendeu, para empresas privadas de táxi, modelos para serem usados em frotas com saída no desembarque de passageiros.
“No começo, o consumidor testava essa tecnologia no banco do passageiro. O motorista tinha tanto orgulho do carro que acabava fazendo propaganda e passando muitas informações aos passageiros, que passavam a conhecer melhor o produto. A partir daí, com a produção local que começou em 2019, passamos a ter uma escala de produção e disponibilidade de produtos com preço acessível”, lembra Braun.
Tanto o executivo da Toyota, quanto o representante da BYD ressaltaram a importância do incentivo a partir de políticas públicas para acelerar a produção de veículos eletrificados no Brasil e reduzir custos ao consumidor final.
“Em toda a parte do mundo, dos Estados Unidos, mais reconheci como liberalista, até a China que é um país mais conhecido com o conservadorismo. Em todo lugar do mundo, dos Estados Unidos à China, é necessário o estímulo para que a gente possa ter uma política pública que vá convergente com uma inovação tecnológica que a gente possa agregar valor na cadeia produtiva e ao emprego do brasileiro”, diz Baldy”.
Fonte: Portal Terra em 29.05.2024.