Em coletiva realizada hoje (4/7/24) a Anfavea reconheceu que a chegada desenfreada de carros vindos principalmente da China além de afetar consideravelmente a produção nacional está impactando diretamente nas nossas exportações principalmente para os países do Mercosul.
A produção no primeiro semestre foi de 1,138 milhão de unidades, volume apenas 0,5% superior ao do ano passado. “Se os emplacamentos de importados e as exportações do 1º semestre de 2024 tivessem sido iguais aos volumes registrados no mesmo período de 2023, o aumento da produção seria de 11%, o que dá uma dimensão do desafio que precisamos enfrentar”, afirmou o Presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite
Aumento desenfreado das importações
No primeiro semestre foram quase 200 mil emplacamentos de modelos importados, 38% a mais do que no mesmo período do ano passado.
Dessas 54,1 unidades a mais, os autoveículos de origem chinesa representaram 78% do total, com alta de 449% sobre o 1º semestre de 2023. É um aumento absurdo.
Assim como aconteceu nos produtos siderúrgicos que agora alcançaram uma regulamentação com cotas de importação: “Temos o Imposto de Importação mais baixo para modelos elétricos de origem chinesa no planeta, entre os países produtores, o que serve de atrativo para a importação acima de um saudável patamar de equilíbrio. Isso vem prejudicando nossa produção e ameaçando nossos investimentos e empregos. Por isso a demanda urgente da elevação do Imposto de Importação para 35%, como ocorre com outros importados. E que seria um patamar relativamente baixo frente ao de outros mercados importantes”, disse o Presidente da Anfavea.
As vendas internas são nesse momento o indicador mais positivo do setor automotivo. Tivemos o melhor junho desde 2019 em emplacamentos, e teve a maior média diária deste ano, com 10.715 unidades, volume bem próximo ao que se verificava antes da pandemia. No acumulado do ano, foram 1,144 milhão de autoveículos emplacados, uma significativa elevação de 14,4% sobre o primeiro semestre de 2023.
Esse bom ritmo fez a ANFAVEA rever para cima as projeções de vendas no ano, de 6,1% para 10,9%, para um volume de 2,560 milhões de autoveículos. A questão é que boa parte desse crescimento vem sendo absorvida por veículos importados, em especial da China. Na mesma projeção está a queda na produção que era de 6,2% para 4,9%.
Complementando o presidente da Anfavea estimou que a chegada de importados com a taxa de importação mais barata do mundo está causando estragos nos empregos no Brasil dos setores de autopeças e automobilísticos. Estimou que deixaram de ser fabricados no Brasil, algo como 200 mil veículos neste primeiro semestre e a preocupação permanece para o restante do ano.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Anfavea.