O CDP, maior plataforma global de dados ambientais de empresas, cidades, estados e regiões, alerta que o nível de ambição das empresas brasileiras para reduzir efetivamente as emissões de gases de efeito estufa (GEE) ainda está abaixo do necessário para evitar que o planeta Terra esquente mais do que 1,5°C – temperatura limite estabelecida pelo Acordo de Paris para reduzir os impactos das mudanças climáticas.
Se forem consideradas as metas de reduções de emissões resultantes diretamente das operações da própria empresa (escopo 1) e emissões provenientes da energia elétrica adquirida para uso da própria companhia (escopo 2), o nível de compromisso das empresas é bastante díspar. Embora seja possível observar empresas com metas mais ambiciosas e alinhadas às recomendações da ciência, a maioria das empresas avaliadas (70%) apresentam metas de escopo 1 e 2 que as posicionam em trajetórias alinhadas a uma temperatura de default de 3,1°C, que representa o nível provável de aquecimento caso não haja mudanças significativas no atual modelo de negócios.
Quando incluídas as emissões indiretas (escopo 3), o aumento de temperatura seria de 2,7°C, aumento considerável uma vez que essas categorias representam 91% das emissões totais avaliadas. Trata-se de um quadro bastante crítico uma vez que somente 26% (59) das empresas desse escopo contam com metas válidas de redução de emissões.
A amostragem da pesquisa é composta por 229 empresas brasileiras listadas na bolsa de valores, com o objetivo de verificar se os compromissos assumidos são suficientes para evitar cenários futuros mais graves no que se refere ao aquecimento do planeta e suas consequências, tais quais eventos extremos que vêm sendo registrados com maior frequência. Juntas, essas organizações representam 89% da capitalização total do mercado, incluindo setores como: serviços; infraestrutura; varejo; manufatura; e materiais.
Fonte: tsouza@jeffreygroup.com – Assessoria de imprensa