Henrique Pátria
A ArcelorMittal Brasil suspendeu temporariamente a expansão da sua unidade em João Monlevade, Minas Gerais, devido à redução da demanda interna por aço. A empresa justificou a decisão pelo aumento das importações de aço, principalmente da China, que enfraqueceu a demanda no mercado nacional.
A ArcelorMittal afirma ainda que continua a acreditar no crescimento do país e que não tem intenção de cancelar o projeto de expansão. A empresa irá monitorar o mercado e retomar a expansão quando a demanda aumentar.
A ArcelorMittal Brasil reforça que a Unidade de Monlevade é importante para o negócio da empresa no Brasil, principalmente pela produção de fio-máquina para o mercado automobilístico.
“Levando em consideração o cenário macroeconômico e as oportunidades de mercado, a ArcelorMittal Brasil está revendo seu plano de investimentos e decidiu paralisar por enquanto as obras do projeto de expansão da unidade Monlevade. Como acontece com qualquer projeto dessa magnitude, a empresa monitora o cenário macroeconômico e o setor siderúrgico do país, que tem sido impactado pelo aumento das importações e pelo crescimento da demanda por aço abaixo do esperado”, comunicou a empresa em nota de divulgação.
A ArcelorMittal Brasil continua com plano de investimentos de US$ 25 bilhões no setor de aço brasileiro. Em 2023, o investimento para a unidade de Monlevade foi revisado de US$ 500 milhões para US$ 800 milhões – cerca de R$ 4 bilhões – em função de mudanças relacionadas a mais automação, atualização de equipamentos, obras civis mais complexas e efeito da inflação.
A partir de junho foi introduzido a sistemática de cota-tarifa no Brasil que consiste na entrada de aço importado até o atingimento de uma cota que foi pré-estabelecida e a partir daí todo o aço importado passa a pagar a tarifa de 25% Apesar do sistema ainda estar com muito pouco tempo de implantação já foram detectados inúmeros “furos” no sistema como a mudança da NBM da que está taxada para uma livre de taxas ou a entrada por portos onde há isenção tarifária, como é a Zona Franca de Manaus e outras formas de burlar o sistema.
Veja em nossa edição de setembro, da revista Siderurgia Brasil https://siderurgiabrasil.com.br/revista/ entrevista exclusiva com um dos grandes distribuidores de aço e os números das estatísticas do Instituto Aço Brasil que mostram claramente esta situação.