Dados divulgados pelo Ministério da Economia, Secex, apontam que as exportações de sucata ferrosa, insumo usado na fabricação de aço, alcançaram 86.425 toneladas, expansão de 61,6% em comparação ao mesmo mês de 2024, com 53.472 toneladas. Houve também crescimento de 26,2% sobre abril deste ano, com volume de 68.492 toneladas. De janeiro a maio, as exportações atingiram 333.502 toneladas, 20,7% acima de igual período de 2024, com 276.204 toneladas,
Para o Instituto Nacional de Reciclagem (Inesfa), órgão de classe que representa mais de 5,5 mil empresas recicladoras, esse crescimento das vendas externas de sucata refere-se apenas aos volumes excedentes não consumidos internamente e se deve a alguns fatores principais, “O aumento da importação de aço, de países como China, Índia, Egito e Turquia, aliada as dificuldades de exportação para os EUA, com as tarifas impostas pelo governo Trump, vem desestabilizando todo o ciclo da transformação, com forte redução da produção interna das usinas siderúrgicas e, consequentemente, queda na demanda por sucata ferrosa”, diz Clineu Alvarenga, presidente do Inesfa. Com o agravante, segundo ele, de o aço importado, principalmente da China, ser mais poluente, trazendo prejuízos ao meio ambiente.
Essa situação, além de prejudicar as empresas de reciclagem e a indústria do aço no Brasil, tem impactado o elo mais vulnerável desse ciclo, os catadores (mais de 1 milhão no país), que fizeram dessa atividade a fonte de trabalho e renda para garantir o sustento e estão tendo seus ganhos reduzidos, conforme o Inesfa.
Para tentar amenizar essa crise, o Inesfa continua empenhado no Senado Federal para aprovação do Projeto de Lei 1.800/2021, do deputado federal Domingos Sávio, que traz apensada a proposta do deputado federal Vinicius de Carvalho, visando isentar recicladores e cooperativas de catadores do pagamento de PIS e Cofins na venda de materiais reciclados à indústria de transformação.
Fonte: Letras & Fatos Comunicação <sistemas@pr.comuniquese1.com.br> Assessoria de imprensa