O IABr apresentou um resumo do comportamento do setor no ano de 2023, até o mês de outubro, projetando o final deste ano e as expectativas para o ano de 2024.

Segundo palavras do presidente do Conselho, Jefferson de Paula “Não Há razão para acreditarmos no otimismo do governo em relação ao crescimento”.

Isto porque durante toda a reunião foram apresentados gráficos e demonstrativos que mostram que o consumo aparente do aço no Brasil, que é um dos indicadores de que a economia está em evolução não apresenta nenhum movimento no sentido de seu crescimento. As mesmas 108,6 kilos por habitante de 2022 devem se repetir agora em 2023.

Por outro lado, o Brasil vem sendo atacado pela onda de importação de aço, principalmente da China, sem que as autoridades tomem qualquer posição em defesa da indústria nacional, fazendo prever que se a situação não for resolvida até o primeiro trimestre do ano que vem o setor iniciará o processo de fechamento de unidades, com consequências imprevisíveis para a indústria nacional, sendo a primeira delas a desativação de postos de trabalho em toda cadeia siderúrgica.

Conforme Jefferson , o  Brasil tem um consumo estimado de aproximadamente 22 milhões de toneladas e neste ano as importações irão passar dos 3 milhões do ano passado, para próximo dos 5 milhões, ou seja, algo perto de 25% de todo o consumo nacional.

Segundo os demonstrativos há uma deterioração acentuada do setor pois se no período de janeiro a abril de 2022 as vendas internas foram de 6.622 mil toneladas, já entre neste ano de 2023 foram de 6.422 mil toneladas com queda de 3.6%. Neste mesmo período as importações subiram de 1.062 mil em 2022 contra 1259 mil em 2023 já com crescimento de 18,5%. Mas a crise foi detonada no período de abril a outubro, uma vez que em 2022 foram vendidas no mercado interno 12.395 mil contra 11.548 mil toneladas em 2023, já com uma queda de 6,8% e no mesmo período as importações saltaram de 1.796 mil toneladas para 2.669 mil toneladas em 2023 com crescimento portanto de 48,6%.

A grande gestão que está se fazendo junto as autoridades é que se crie uma taxa de importação emergencial de 25% – hoje de 9,6% – a exemplo do que fazem todos os países do mundo. Segundo eles é uma medida emergencial já que todas as nações do mundo adotaram esta postura e o Brasil é o grande prejudicado com tal situação mundial. 

A explicação está de que a China tem um excedente de 191 milhões de toneladas de produção e neste ano de 2023 ela deve fechar as exportações de 100 milhões de toneladas. Só para conferir este número é duas vezes a capacidade instalada da siderurgia brasileira e 3 vezes a média da produção real dos últimos cinco anos do Brasil. A China produz atualmente em 11 dias toda a produção brasileira, incluindo todas as usinas aqui instaladas. Mas o problema segundo ao IABr não é uma questão de mercado, que na verdade é uma pratica lícita. A questão é de que a indústria siderúrgica chinesa é na sua maioria estatal, fazendo que com que o excedente tenha de ser exportado a qualquer preço, chegando aqui com preços aviltados. Respondendo a uma pergunta afirmaram que grandes consumidores que são a indústria automotiva e a indústria de máquinas estão solidários com o Aço Brasil neste pleito que tornou-se uma questão política e não comercial.

Quanto os números atuais a situação mostra o acumulado até outubro com produção de 26.610 mil toneladas contra 28.953 mil do ano passado – queda de 8,1%-, Vendas Internas 16.394 mil deste ano contra 17.306 mil do ano passado com queda de 5,3%, as exportações de 9.936 mil contra 10.188 do ano passado, as importações foram de 4.157 mil contra 2.686 mil em 2022, ou seja, crescimento de 54,8% e o Consumo Aparente que demonstraria o crescimento, conforme foi citado no início desta nota ficou em 19.998 mil contra 19.940mil, portanto estável, sem movimento.