A boa notícia na siderurgia brasileira neste mês veio da divulgação dos números do setor de distribuição e processamento de aços. Segundo as estatísticas do Inda – Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, foram vendidas 340 mil toneladas contra 323,3 mil do mês passado representando uma alta de 5,2% e 9,7% se considerarmos a comparação com setembro de 2022, quando foram comercializadas 310 mil toneladas.

As compras feitas junto às usinas nacionais representaram também um crescimento de 9,1% com um volume de 352,3 mil toneladas contra 322,8 mil do mês de setembro. Se comparado com o mesmo mês do ano passado houve alta de 11,3%.

Mesmo com essa compra mais acentuada o giro de estoques permanece em 2,5 meses, que é um número adequado para o setor que possui atualmente em estoque 855,7 mil toneladas contra 834,4 mil do mês passado portanto com alta de 1,5%.

O destaque continuou sendo as importações que neste mês totalizaram 204,6 mil toneladas que foram 15% maiores do que o mesmo mês do ano passado, mas foram 34% menores do que setembro que foi considerado o pico das importações de aço no Brasil e foram incentivadas pela reinclusão do imposto de importação de 9,6% que foi antecipado, já que originalmente estava previsto para ser reintroduzido em janeiro de 2024.

Nos seus comentários Carlos Loureiro, presidente executivo do Inda, disse que a situação da siderúrgica brasileira realmente é delicada como relatamos na notícia do IABr de ontem –leia em nosso portal – face a investida de aço chines no Brasil. Disse que o alerta do presidente do IABr de que se não for colocada uma barreira emergencial por parte do governo brasileiro, assim como acontece em todos os países do mundo, na entrada de aço importado, as usinas podem desativar algumas de suas unidades, pois entende que a regra do mercado é inexorável. Se não houver mercado, não há como produzir.

Ele acredita ainda que está sendo travada uma guerra de poder junto ao governo, pois se de um lado as usinas reivindicam por colocação desta barreira fiscal, parte dos consumidores brigam pela manutenção do estado atual, com aço chegando com preços fora da realidade.

Reafirmou que no seu entender há um “dumping” explicito sendo praticado, pois pelos preços dos insumos no mercado internacional (carvão + minério de ferro) não é possível vender o aço nos preços que estão sendo praticados pelos importadores.

Finalizou dizendo que para os distribuidores há uma situação de pleno abastecimento, pois vários deles trabalham com aços nacionais e importados.

Fonte: Inda