Nem bem saímos de uma crise que se apresentou como a maior de toda a história mais recente do Brasil e porque não dizer do mundo e já estamos mergulhando de cabeça em outra crise que promete ter contornos ainda muito dramáticos e preocupantes.

No segundo semestre de 2020, vários sinais de retomada da economia e dos negócios começaram a aparecer e houve empresa que nunca auferiu lucros tão auspiciosos como os obtidos naquele período. É só ver os balanços, de preferência separados por trimestres, para confirmar o que estou falando.

No entanto começamos 2021, com muita gente imaginando “nadar de braçadas” e infelizmente não é isso que está acontecendo.

Inexplicavelmente na mesma velocidade que foram construídos os hospitais de emergência, foram desmontados e voltaram a deixar a população sem atendimento. Não vamos nem entrar em detalhes sobre o que foram feitos com eles: viraram sucatas amontoadas, e os tais respiradores que foram anunciados, pagos e nunca entregues ou que não funcionaram, e os desvios de recursos e tantos outros desmandos. Isto é caso de polícia ou de política?

E agora em 2021, quando os dois meses iniciais foram positivos para a maioria das empresas, fomos novamente surpreendidos com o retrocesso que está acontecendo em março e que não tem data para acabar.

Na semana passada, a noticia era de que no ABC paulista, onde está o berço da indústria automobilística nacional, mais de 20 mil metalúrgicos estavam desativados e ainda ontem soubemos que mais uma montadora também aderiu ao mesmo procedimento.

Já está mais do que mostrado que o processo de fechamento não traz resultados. Se não fosse assim, na terça feira (23), quando já estamos fechados desde o início de março, foi registrado o maior número de óbitos no estado de São Paulo, desde o início da pandemia.

Uma coisa me parece clara, porque é matemática: Se 100 pessoas devem ir a um determinado lugar e há um período de abertura deste local por 10 horas, teremos, na média, uma frequência de 10 pessoas por hora. Mas se este local estiver disponível só por 5 horas, a frequência será de 20 pessoas por hora, ou seja, a aglomeração é maior. É matemático e lógico!

Não sou autoridade no assunto, mas creio que com os recursos de informação que as autoridades possuem há condições de analisar o que deu certo em determinados lugares do mundo e como aplicar tais medidas aqui para nós.

Será que teremos de admitir que o Brasil, não tem sequer um líder que tenha capacidade de fazer sentar-se à mesa pessoas de vertentes e políticas antagônicas e incutir-lhes que estamos falando do Brasil, um país com enormes possibilidades de crescimento e que pode e tem condições de superar este momento que vivemos?

Ou pior ainda, assumirmos nossa incapacidade de reação a tudo que estamos vendo?

Já passamos da hora de termos de nos sujeitar a medidas que agridem o bom senso e a tudo de que acreditamos ser honesto e bom.

O que queremos para o Brasil?

Henrique Patria
Henrique Patria

Editor-Chefe e Diretor de Jornalismo da Revista Siderurgia Brasil e do Anuário Brasileiro de Siderurgia.

Jornalista com mais de 30 anos de carreira, vencedor de diversos prêmios na categoria, Henrique Pátria é uma das figuras mais proeminentes no mercado da siderurgia nacional.

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